Espíritas diante da morte
Toda religião procura confortar os homens, ante a
esfinge da morte. A Doutrina Espírita não apenas
consola, mas também alumia o raciocínio dos que indagam
e choram na grande separação.
Toda religião admite a sobrevivência. A Doutrina
Espírita não apenas patenteia a imortalidade da vida,
mas também demonstra o continuísmo da evolução do ser,
em esferas diferentes da Terra.
Toda religião afirma que o mal será punido, para lá do
sepulcro. A Doutrina Espírita não apenas informa que
todo delito exige resgate, mas também destaca que o
inferno é o remorso, na consciência culpada, cujo
sofrimento cessa com a necessária e justa reparação.
Toda religião ensina que a alma será expurgada de todo o
erro, em regiões inferiores. A Doutrina Espírita não
apenas explica que a alma, depois da morte, se vê
mergulhada nos resultados das próprias ações infelizes,
mas também esclarece que, na maioria dos casos, a
estação terminal do purgatório é mesmo a Terra, onde
reencontramos as consequências de nossas faltas, a fim
de extingui-las, através da reencarnação.
Toda religião fala do Céu, como sendo estância de
alegria perene. A Doutrina Espírita não apenas mostra
que o Céu existe, por felicidade suprema no Espírito que
sublimou a si mesmo, mas também elucida que os heróis da
virtude não se imobilizam em paraísos estanques, e que,
por mais elevados na hierarquia moral, volvem a socorrer
os irmãos da Humanidade ainda situados na sombra.
Toda religião encarece o amparo da Providência Divina às
almas necessitadas. A Doutrina Espírita não apenas
confirma que o Amor Infinito de Deus abraça todas as
criaturas, mas também adverte que todos receberemos,
individualmente, aqui ou além, de acordo com as nossas
próprias obras.
Os espíritas, pois, realmente não podem temer a morte
que lhes sobrevém, na pauta dos desígnios superiores.
Para todos eles, a desencarnação em atendimento às
ordenações da Vida Maior é o termo de mais um dia de
trabalho santificante, para que se ponham, de novo, a
caminho do alvorecer.
Do livro Justiça Divina, pelo
médium Francisco Cândido Xavier.
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