Falibilidade
Ante as devastações do mal, apoia o trabalho que
objetive o retorno ao bem.
Até que o Espírito se integre no Infinito Amor e na
Sabedoria Suprema, em círculos de manifestação que, por
agora, nos escapam ao raciocínio, a falibilidade é
compreensível, no campo de cada um, tanto quanto o erro
é natural no aprendiz em experiência na escola.
A educação não forma autômatos.
A Ordem Universal não cria fantoches.
Onde haja desastre, auxilia a restauração.
Mobiliza as forças de que dispões, sanando os
desequilíbrios, ao invés de consumir ação e verbo,
atitude e tempo, grafando a veneno o labéu da censura.
Anotaste lances calamitosos nos delitos que o tribunal
terrestre não é capaz de prever ou desagravar.
Viste homens e mulheres, cercados de apreço público,
aniquilarem existências preciosas, derramando o sangue
de corações queridos em forma de lágrimas;
surpreendeste cidadãos abastados e aparentemente
felizes, que humilharam os próprios pais, reduzindo-os à
extrema pobreza, ao preço de documentos espúrios;
assinalaste pessoas açucaradas e sorridentes que
induziram outras ao suicídio e à criminalidade, sem que
ninguém as detivesse; identificaste os que abusaram do
poder e do ouro, erguendo tronos sociais para si
próprios, à custa do pranto que fizeram correr, muitas
vezes com o aplauso dos melhores amigos, e conheceste
carrascos de olhos doces e palavras corretas que
escamotearam a felicidade dos semelhantes, abrindo as
portas do hospício ou da penitenciária para muitos
daqueles que lhes confiaram os tesouros da convivência,
sem que o mundo os incomodasse.
Apesar disso, não necessitas enlamear-lhes o nome ou
incendiar-lhes a senda. Todos eles voltarão ao quadro
escuro das faltas cometidas, através de continuadas
reencarnações, em dificuldades amargas, nos redutos da
prova, a fim de lavarem a consciência.
Se a maldade enodoa essa ou aquela situação, faze o
melhor que possas para que a bondade venha a surgir.
Segue entre os homens, abençoando e ajudando, ensinando
e servindo…
Todas as vítimas das trevas serão trazidas à luz e todos
os caídos serão levantados, ainda que, para isso, a
esponja do sofrimento tenha de ser manejada pelos braços
da vida, em milênios de luta. Isso porque as Leis
Divinas são de justiça e misericórdia e a Providência
Inefável jamais decreta o abandono do pecador.
Do livro Justiça Divina, pelo
médium Francisco Cândido Xavier.
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