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por Temi Mary Faccio Simionato

 

Resposta do Alto


“Qual o homem dentre vós que dá uma pedra ao filho que lhe pede pão?”
 - Mateus, 7:7-11.


Um pai terrestre, conquanto as deficiências compreensíveis da condição humana, jamais oferece pedra ao filho que pede pão. Em hipótese alguma ele aniquilará as esperanças dos descendentes, mas, no interesse deles próprios, lhes concederá isso ou aquilo, consultando-lhes a conveniência e a segurança, até que se ergam ao nível da madureza, responsabilidade e habilitação suscetíveis de lhes assegurar a liberdade de pedir o que desejem.

Em Mateus, capítulo 7, versículo 7, o evangelista aclara: “Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á”. Na linguagem de todos os tempos podemos entender que, se desejarmos ardentemente, as oportunidades aparecerão; se nos empenharmos a encontrar o objeto de nossos anseios, o teremos à vista. Todavia, é preciso combater o bom combate, trabalhar, agir, servir, para que nos abram horizontes e as realizações que clamamos. No entanto, se pedimos riqueza material e não nos prevenirmos contra as tentações da ociosidade e do egoísmo, certamente obteremos a fortuna misturada com amargas provações. Se solicitarmos os favores da inteligência e não nos esforçarmos por destruir em nós mesmos os germes do orgulho, adquiriremos os talentos da intelectualidade revestidos das grandes ilusões que irrompem a alma invigilante aos despenhadeiros do remorso tardio.

Na verdade, necessitamos trabalhar no sentido de aprender e construir, auxiliando tanto os companheiros esclarecidos para que se tornem cada vez mais crentes à execução dos compromissos nobres, como também os corajosos para não descerem ao desânimo; os retos para que não se transviem; os fracos para que se robusteçam; os tristes para que se consolem e os caídos para que se reergam, pois todos nós, Espíritos em evolução, somos ainda imperfeitos, em busca do aprimoramento.

Por vezes, nem sempre é possível compreender a resposta do Alto em nosso caminho de luta. Entretanto, nunca é demais refletir para percebermos com sabedoria, pois, em muitas ocasiões, a contrariedade amarga é aviso benéfico e a doença é recurso de salvação.

Em muitas fases da nossa caminhada, o Senhor determina a cassação de tempo provisoriamente, para que não enchamos os dias com a repetição de graves delitos e, em algumas encarnações, dá-nos a fealdade no corpo físico para que nossa alma se ilumine e progrida.

Se a paternidade terrena, imperfeita e deficiente, vela em favor dos filhos, o que dizer da Paternidade de Deus que sustenta o universo ao preço de inesgotável amor? O Todo Compassivo nunca atira pedras às mãos súplices que lhe rogam auxílio. É deveras desajuizado e lamentável o nosso estado de incompreensão, pois, a razão nos dita que esse estado de desinformação é incompatível com a justiça magnânima e misericordiosa do Criador. Fica claro que se os pais da Terra padecem dores terríveis ao verem seus filhos sofrerem, é óbvio que o amor de Deus é extremamente maior e Seu devotamento paternal nos rodeia em toda parte. Contudo, é importante não corrompermos o entendimento, lembrando-nos que a Justiça Divina opera invariavelmente para o bem infinito.

Nos círculos dos conflitos planetários, acontecimentos que nos parecem desastrosos à atividade particular representam escoras ao nosso equilíbrio e ao nosso êxito, enquanto fenômenos interpretados como calamidades na ordem coletiva constituem enormes benefícios públicos.

Roguemos ao Senhor a bênção da luz Divina para o nosso coração e para a nossa inteligência, a fim de que não nos percamos no labirinto dos problemas. Contudo, não nos esqueçamos de que, na maioria das ocasiões, o socorro inicial do Alto nos vem ao caminho comum, por meio de angústias e desenganos. Aguardemos, deste modo, confiantes, a passagem dos dias. O tempo é o nosso explicador silencioso e nos revelará ao coração a bondade infinita do Pai que nos restaura a saúde da alma, por intermédio do espinho da desilusão ou do amargoso elixir do sofrimento.

Não cessemos jamais de construir nos elevando para o bem efetivo, pois a leviandade, a ignorância, a perturbação, a desordem, a incompreensão e a ingratidão constituem paisagens de trabalho espiritual reclamando-nos atuação regeneradora.

Se nos demorarmos no seio das inibições provisórias, permaneçamos convictos de que todos os impedimentos e dores nos foram concedidos por respostas do Alto aos nossos pedidos de socorro, amparo e lição com vistas à vida imortal.

Sirvamos a Deus onde estivermos, procurando a nossa própria felicidade através do serviço incessante no bem, a fim de descobrirmos a Divina Vontade, de modo a cumpri-la hoje, aqui e agora. Não olvidemos, desta forma, a palavra do Senhor quando asseverou: “Meu Pai trabalha até hoje e Eu trabalho também” (João, 5:17).

 

Bibliografia:

XAVIER, Francisco Cândido – Vinha de Luz – ditado pelo Espírito Emmanuel – 27ª edição – Editora FEB – Brasília –DF – lição 166 – 2011.

XAVIER, Francisco Cândido – Pão Nosso – ditado pelo Espírito Emmanuel – 29ª edição – Editora FEB – Brasília – DF – lição 63 – 2010.

SILVA, Saulo César – Coordenador – O Evangelho por Emmanuel segundo Mateus – 1ª edição – Editora FEB – Brasília – DF - páginas 264, 266 e 278 – 2016.

Reformador – outubro 1953 e setembro 1970 – Editora FEB.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita