Pequenos esforços
e mesmo muito insignificantes
Quem disse que pequenos esforços, até mesmo
muito insignificantes, não alcançam eficácia em
seus resultados? Pois, bem! Aqui neste artigo
abordaremos esse quesito que é de grande
importância para as nossas reflexões e para os
nossos trabalhos de reforma íntima.
Na verdade, o quesito “esforço” deve estar
presente em nossas condutas espíritas, assim
como na sociedade de um modo geral, e deve
funcionar como elemento norteador de todo o
nosso trabalho de desenvolvimento moral,
atendendo à lei do progresso que é proveniente
da lei do trabalho; pois, com toda a lógica, não
haveria progresso sem que houvesse o trabalho
como causa. (Vide capítulos III e VIII, ambos da
parte 3ª, de O Livro dos Espíritos.)
Compulsando a terceira obra básica espírita, “O
Evangelho segundo o Espiritismo”, em seu
capítulo XVII, item 4, no último parágrafo,
aprendemos que o verdadeiro espírita é
reconhecido pela sua transformação moral e
pelos esforços que emprega para domar
suas inclinações más, pelo que colocamos em
destaque a palavra “esforços”, sendo a sua
aplicação, no dia a dia, fundamental para que
nos transformemos moralmente e domemos as más
tendências que ainda carregamos na intimidade,
pelas sendas evolutivas da vida.
Na questão 909 de O Livro dos Espíritos,
o codificador Allan Kardec interroga ao Espírito
de Verdade se poderia sempre o homem, pelos
seus esforços, vencer as suas más
inclinações, tendo como resposta que sim,
e, frequentemente, fazendo esforços muito
insignificantes; pois o que lhe falta é a vontade.
(grifos nossos)
Então, caríssimo leitor, ao estarmos
transformados moralmente, conscientes do nosso
papel no mundo, a começar pelo mundo da
intimidade, é necessário que empreguemos
esforços para domar nossas inclinações más.
Aquelas inclinações ou tendências que nos
incomodam e nos alertam que devemos fazer algo
para domá-las, ou dominá-las, para que nos
libertemos das amarras do caminho.
Notemos que o Espírito de Verdade responde que a
nossa transformação moral e o domínio sobre nós
mesmos podem ocorrer através de esforços muito
insignificantes; e que, para isso, é necessária
a vontade, aquela que surge do despertar do
sentimento voluntário de se fazer a automudança
ou a autorreforma, ou seja, a vontade política
da autotransformação moral.
Se ainda estamos fisicamente agressivos, que nos
esforcemos em domar essa agressividade para o
bem de todos, assim como exemplo, para socorrer
vidas, proteger os mais fracos e os oprimidos.
Se ainda estamos verbalmente agressivos, que nos
esforcemos em domar essa agressividade para a
promoção do bem, como exemplo, na área da
comunicação; em manter a ordem, fazendo uso da
entonação de voz para estabelecer a harmonia e
apaziguar conflitos.
Se ainda estamos maledicentes, que nos
esforcemos em falar primeiramente de nós, para
depois falar dos outros. Pode ser um bom
exercício para educar os nossos diálogos ou
conversações no cotidiano.
Se ainda estamos no campo do amor próprio, que
experimentemos, no dia a dia, desenvolver o
autoamor, aquele que transborda de dentro de nós
ao encontro do próximo.
São alguns exemplos, ainda que insignificantes,
se aplicados com seriedade no cotidiano, poderão
nos levar à libertação das amarras do caminho e
fazer de cada um de nós pessoas autônomas, isto
é, donas do próprio destino.
Pensemos nisso!