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por Martha Triandafelides Capelotto

 

Doutrina Espírita e Educação


Para atingirmos o conteúdo de nossa pretensão de hoje que é falarmos do Espiritismo como educação, também é necessário lembrar que a Doutrina Espírita, quando bem apreendida, revela-nos que seus adeptos e seguidores deverão ser aqueles que vivenciarão o Cristianismo na sua condição iniciante, examinando a cada instante o quanto atendemos às condições de cristãos verdadeiros.

Em razão da conclusão acima, não é demais lembrarmos que Jesus, o Mestre dos Mestres, nosso modelo moral por excelência, foi o maior pedagogo de todos os tempos. A escritora Dora Incontri, no livro intitulado “A Educação segundo o Espiritismo”, diz-nos nesse tocante: “Jesus é o professor das almas matriculadas na escola da Terra, Ele representa o “Caminho, a Verdade e a Vida” para o nosso progresso”.  Eloquente na fala e instigador das inteligências, desde a mais rude até a mais culta, ensinava com atitudes de amor. O objetivo essencial da sua missão, toda a mensagem a ser disseminada, era trazer à humanidade da Terra ensinamentos profundos que pudessem proporcionar ao homem um impulso na sua trajetória evolutiva.

Hoje, a Doutrina Espírita igualmente pretende promover a evolução do homem, instigando-o à busca do conhecimento de si próprio, do crescimento do ser maior que há dentro de cada um de nós. Conhecer para crescer, educar-se para amar, pois somente educando-nos é que seremos conhecedores de nossas verdadeiras potencialidades, de nossa destinação no mundo.

Se a verdadeira Educação se dá quando se desperta um processo evolutivo no educando, esse processo poderá ser desencadeado em qualquer ser humano, tenha ele a cultura que tiver, seja ele partidário da religião que for. A influência benéfica de um educador, consciente de seu mandato, poderá se imprimir em qualquer educando.

Recordemos Allan Kardec. Ele recomendou que não aviltássemos nenhuma consciência, que não fizéssemos proselitismo (que significa conversão através de uma ideia). Educar espiritamente não é necessariamente educar para o Espiritismo, já que é da essência da Doutrina dos Espíritos promover a evolução do homem, que é um processo pedagógico.

Todo cristão verdadeiro é compromissado num processo de autoeducação. E estar em processo de autoaperfeiçoamento é requisito básico do educador. Tudo aquilo que transformamos em nós para melhor, reflete-se para o exterior. Assim, acredito que não somente os adeptos do movimento espírita, mas todos, indistintamente, que tenham uma consciência espiritual mais alargada, atuam no mundo como educadores em potencial.

Despojemo-nos de todo preconceito que ainda alimentamos no nosso ser para abrir mais a visão espiritual. O Livro dos Espíritos, (primeiro da codificação Kardequiana), segundo diz Herculano Pires, em sua obra “Pedagogia Espírita”, “é um manual de Educação integral oferecido à Humanidade para a sua formação moral e espiritual na Escola da Terra”.

E finalizo lembrando a célebre frase do Espírito da Verdade: “Espíritas, amai-vos, eis o primeiro mandamento, e instruí-vos, eis o segundo”, e eu, ousadamente, diria: “Cristãos, amai-vos, eis o primeiro mandamento, e instruí-vos, eis o segundo”.



 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita