Doutrina Espírita e Educação
Para atingirmos o conteúdo de nossa pretensão de hoje
que é falarmos do Espiritismo como educação, também é
necessário lembrar que a Doutrina Espírita, quando bem
apreendida, revela-nos que seus adeptos e seguidores
deverão ser aqueles que vivenciarão o Cristianismo na
sua condição iniciante, examinando a cada instante o
quanto atendemos às condições de cristãos verdadeiros.
Em razão da conclusão acima, não é demais lembrarmos que
Jesus, o Mestre dos Mestres, nosso modelo moral por
excelência, foi o maior pedagogo de todos os tempos. A
escritora Dora Incontri, no livro intitulado “A Educação
segundo o Espiritismo”, diz-nos nesse tocante: “Jesus é
o professor das almas matriculadas na escola da Terra,
Ele representa o “Caminho, a Verdade e a Vida” para o
nosso progresso”. Eloquente na fala e instigador das
inteligências, desde a mais rude até a mais culta,
ensinava com atitudes de amor. O objetivo essencial da
sua missão, toda a mensagem a ser disseminada, era
trazer à humanidade da Terra ensinamentos profundos que
pudessem proporcionar ao homem um impulso na sua
trajetória evolutiva.
Hoje, a Doutrina Espírita igualmente pretende promover a
evolução do homem, instigando-o à busca do conhecimento
de si próprio, do crescimento do ser maior que há dentro
de cada um de nós. Conhecer para crescer, educar-se para
amar, pois somente educando-nos é que seremos
conhecedores de nossas verdadeiras potencialidades, de
nossa destinação no mundo.
Se a verdadeira Educação se dá quando se desperta um
processo evolutivo no educando, esse processo poderá ser
desencadeado em qualquer ser humano, tenha ele a cultura
que tiver, seja ele partidário da religião que for. A
influência benéfica de um educador, consciente de seu
mandato, poderá se imprimir em qualquer educando.
Recordemos Allan Kardec. Ele recomendou que não
aviltássemos nenhuma consciência, que não fizéssemos
proselitismo (que significa conversão através de uma
ideia). Educar espiritamente não é necessariamente
educar para o Espiritismo, já que é da essência da
Doutrina dos Espíritos promover a evolução do homem, que
é um processo pedagógico.
Todo cristão verdadeiro é compromissado num processo de
autoeducação. E estar em processo de autoaperfeiçoamento
é requisito básico do educador. Tudo aquilo que
transformamos em nós para melhor, reflete-se para o
exterior. Assim, acredito que não somente os adeptos do
movimento espírita, mas todos, indistintamente, que
tenham uma consciência espiritual mais alargada, atuam
no mundo como educadores em potencial.
Despojemo-nos de todo preconceito que ainda alimentamos
no nosso ser para abrir mais a visão espiritual. O
Livro dos Espíritos, (primeiro da codificação
Kardequiana), segundo diz Herculano Pires, em sua obra
“Pedagogia Espírita”, “é um manual de Educação integral
oferecido à Humanidade para a sua formação moral e
espiritual na Escola da Terra”.
E finalizo lembrando a célebre frase do Espírito da
Verdade: “Espíritas, amai-vos, eis o primeiro
mandamento, e instruí-vos, eis o segundo”, e eu,
ousadamente, diria: “Cristãos, amai-vos, eis o primeiro
mandamento, e instruí-vos, eis o segundo”.
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