Escândalo e nós
Acalmar-nos, a fim de trabalhar e servir com segurança,
será sempre o processo mais eficiente para liberar-nos
da influência de escândalos, quaisquer que eles sejam.
Não poucas vezes, demoramo-nos acalentando mágoas e
condenações contra nós mesmos, das quais costumamos sair
desolados ou deprimidos, aumentando a incapacidade
própria para qualquer reajuste.
Teremos errado, reconheçamos. Lamentar-nos, porém,
indefinidamente, seria o mesmo que segregar-nos em
remorso, não só improdutivo mas destrutivo também,
porquanto comunicaríamos o fogo de nossas próprias
inquietações aos entes que mais amamos.
Importante aceitar nossas culpas, mas desaconselhável
acomodar-nos voluptuosamente com elas, sem a mínima
diligência para extinguir-lhes os desastrosos
resultados.
Queixar-se alguém de si próprio, uma, duas, três vezes,
quanto às dívidas e defeitos de que se lhe onere o
caminho, será claramente compreensível, mas lastimar-se,
todos os dias, e acusar-se, em todas as circunstâncias,
sem qualquer esforço para melhorar de situação, pode
transformar-se em atitude compulsiva, gerando
enfermidade e perturbação.
Esterilidade, em qualquer setor, será invariavelmente
esterilidade.
Recordemos a lição viva e constante do livre-arbítrio a
conclamar-nos ao próprio burilamento e utilizemos o
empréstimo das horas que nos é concedido, nos recursos
em mão, comandando as oportunidades que o tempo nos
faculte para empreender as renovações de que sejamos
carecedores.
Somos Espíritos eternos e, conquanto nos caiba o dever
de aproveitar as experiências do passado no que
evidenciem de útil e de preparar o futuro para que o
destino se nos faça mais elevado, lembremo-nos de que
somos chamados nas áreas do agora a viver um dia de cada
vez.
Erros, teremos perpetrado inúmeros. Débitos, temo-los
ainda enormes.
Entretanto, se soubermos empregar com critério e
equilíbrio os instrumentos de que dispomos, não há tempo
a desperdiçar com lamentos inúteis, de vez que, quanto
mais quisermos aprender e trabalhar, compreender e
servir, mais alto e mais belo se nos fará o caminho na
direção da Vida Melhor.
Do livro Rumo certo, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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