Empatia e atitude
Nestes tempos de isolamento social em razão da
pandemia do novo coronavírus, em minha casa
vivenciando o exercício do teletrabalho,
reflito:
Há os que têm medo de morrer por contrair o
vírus e por isso se isolam em suas casas
providas de alimentos e tudo o que mais entendem
necessário para atravessar o período difícil.
Há os que, além do medo de morrer por contrair o
vírus, têm medo da fome - como os que ficaram
sem meios de prover suas próprias subsistências
e de suas famílias.
Há os que já têm o desalento como realidade -
como os que vivem em situação de rua - e que em
muitos casos sequer têm condições de avaliar o
impacto da doença em suas vidas.
Alguns, isolados em seus lares abastados, mal
toleram a convivência forçada com seus
familiares porque são, na verdade, seus
desafetos de outrora (e de hoje!), chamados à
consanguinidade para a necessária reparação.
Outros terão a dificuldade material, passando
necessidades, as mais básicas.
Outros, ainda, serão colhidos pela doença
inconscientes e alienados.
Todos sofrem!
E, de tudo, podemos e devemos tirar a lição da
necessária empatia perante a igualdade humana na
diversidade dos sofreres.
É a palavra esclarecedora e amorosa aos que não
compreendem a perfeição da Lei de Causa e
Efeito, que reúne corações comprometidos para a
devida correção de afetos;
É a ajuda material aos que dela dependem para a
manutenção do corpo físico, sagrado instrumento
de manifestação da alma;
É o alento de dignidade aos que esqueceram ou
nunca conheceram o significado dessa palavra.
Tudo isso para, ao final, sairmos desses tempos
difíceis de Espíritos melhorados, porque a
pandemia terá nos mostrado a nossa igualdade:
todos terão temido pela vida ameaçada pelo
vírus. Muitos terão temido, além do vírus, o
desemprego, a fome, o fracasso, o amanhã sem
perspectivas.
Nessa igualdade revelada, vê-se que Deus não
privilegia nem castiga, mas permite a cada um a
oportunidade de se voltar para a Sua
misericórdia redentora: “Pedi e vos será dado” (Mateus
7:7).
Certamente que Aquele, a cujo cuidado não escapa
um único fio de cabelo (Lucas
21:18), está olhando pelos pequeninos (Mateus
25:3-45), apresentando a outros a sagrada
oportunidade de ditosos (KARDEC,
1994), estenderem a mão fraternal, em
verdadeira demonstração de compreensão da lição
de amor ao próximo – recomendada e largamente
exemplificada por Jesus, o Cristo Salvador.
Referências:
Mateus 7:7.
Lucas 21:18.
Mateus 25:32-45.
KARDEC, Allan. O
Evangelho segundo o Espiritismo.
Tradução de Guillon Ribeiro. 108. ed. Brasília:
FEB, 1994. Cap. XX, it. 5.