O tesouro máximo
Talvez tenhas alcançado a crise das grandes perdas que
se nos marcam no mundo como sendo instantes inolvidáveis
de dor.
Assumiste compromissos, de cuja execução companheiros
queridos desertaram...
Esposaste deveres de partilha com alguém que te haverá
deixado a sós...
Abraçaste empresas de elevação e progresso e te viste
com os braços despojados de todos os recursos, no justo
momento em que mais necessitavas de proteção...
Arquitetaste os melhores planos na causa do bem e,
quando a concretização deles seguia avançada, eis que te
reconheceste de espírito desentendido, na transitória
convicção de que o mal te batia em triunfo...
Alimentaste altos projetos, quanto ao futuro de seres
queridos que tomaram rumo claramente contrário às tuas
expectativas...
Provavelmente experimentaste a perda de criaturas amadas
que a morte física furtou à convivência, impondo-te o
amargo da solidão...
Nessas horas de incertezas e lágrimas, quando tudo de
melhor te pareça perdido; quando as vagas do sofrimento
te houverem sacudido o barco da existência, através das
tempestades de angústia; quando a saudade te envolve em
nuvens de tristeza; ou quando a incompreensão te
marginalize em tribulações difíceis de suportar, não te
entregues ao desânimo, nem te refugies no desespero...
Em quaisquer circunstâncias, nas quais te vejas de
coração sozinho, ou empobrecido de forças, contempla a
imensidade dos céus, ergue a fronte, enxuga o pranto e
caminha para diante, conservando bom ânimo e esperança,
porque ainda mesmo quando suponhas haver perdido tudo o
que possuías de valioso na Terra, trazes contigo o
tesouro máximo da vida, que nenhuma ocorrência do mundo
te pode arrancar, porque tens Deus.
Do livro Companheiro, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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