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por Cláudio Bueno da Silva

 

Lazer em pandemia


Todos buscam no lazer uma forma de esvaziar as tensões do cotidiano. A mente e o corpo agradecem quando fazemos boa escolha e descarregamos as energias tóxicas que acumulamos.

Sempre haverá opções de lazer que nos satisfaçam, mas a sensação agradável de nos sentirmos renovados psiquicamente depende muito da escolha. Há lazeres que irritam, perturbam (sem que se perceba), ao invés de relaxar.

Atualmente, a pandemia tem dificultado a circulação das pessoas, e muito do que se fazia antes tornou-se por enquanto desaconselhável. Mas, ainda assim, é possível cuidar da mente e do corpo, mesmo com limitação e até precarização dos espaços. De certo modo estamos sendo obrigados a dar nova chance para hábitos que estavam esquecidos ou não mereciam de nós a mínima atenção.

Acreditando que as sugestões de isolamento social continuarão ainda por um bom tempo, não custa nada nos cuidarmos, enquanto a ciência trabalha a nosso favor.

Com a necessidade de ficarmos mais em casa, o ideal é tentar escapar da sensação de inatividade, de perda de tempo. Com menos envolvimento social, o lazer passa a ser individual e familiar: um bom filme, uma boa música, livros que aumentem as nossas reservas de conhecimento, o bate-papo descontraído, as tarefas criativas e desafiadoras, os exercícios físicos disciplinados, e até brincadeiras e jogos em família.

E quem sabe ouvir, de um bom contador de “causos”, umas instrutivas histórias, feito as que se ouvia do vasto repertório do poeta popular Cornélio Pires que, nos anos 1930 e 40, viajava pelo Brasil com sua mala cheia de “conversa”, inaugurando, à moda caipira, o que hoje se conhece como stand-up. Um dos seus mais fiéis intérpretes atualmente é o ator Rolando Boldrin, encontrado facilmente na internet. Ouvi-lo é garantia certa de riso, emoção e espiritualidade.

O contador de “causos” é geralmente uma pessoa bem-humorada e seu principal objetivo é envolver os ouvintes nas tramas da alegria ingênua. Costuma ser autêntico, natural e brejeiro. Todos se encantam com o seu aparente descompromisso. Os ingredientes particulares do seu estilo prendem a atenção, ativam a imaginação, aguçam a inteligência, e arrancam lágrimas de emoção ou de riso contagiante. Coisas que a escolha infeliz de lazer raramente proporciona.

Eu acredito muito no poder do humor como forma tangente de escapar do cansaço e dar qualidade ao nosso lazer. E em tempos de pandemia a internet tem sido a salvação de muita gente.

E para quem não se sinta atendido com nenhuma das sugestões citadas, e não se importe em arriscar-se além do necessário, um belo e atento passeio ao ar livre, em diálogo calmo com a natureza pode ser a opção. Desde que com máscara e muita consciência do respeito que deve a si e aos semelhantes.   
 
 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita