Acalma meus passos, Senhor!
“A Deus tudo é possível” –
Jesus (Mateus, 19:26)
Somos filhos de Deus e fazemos parte da Vida que pulsa
no Universo. Qual crente poderá duvidar dessa
afirmação? E é justamente essa condição que propicia a
cada um de nós o uso das infinitas potencialidades
inerentes e imanentes em nós e de nós, quando nos
predispomos a trabalhar consoantes às leis universais,
Leis de Deus, que harmonizam todos e tudo, entre si, na
Criação.
Dificuldades fazem parte da existência, não importando
tempo e espaço, e se assim não fosse qual o objetivo do
Pai encaminhando-nos para o progresso? Todavia, se Ele
nos criou para a felicidade plena, através das lutas
experienciais às quais somos submetidos, por desvios
cometidos remotamente ou não – pouco importando aqui se
conscientes ou não –, também se faz necessário que
aprendamos a colocar nossa mente acima delas.
As provas educativas pelas quais passamos são bênçãos
redentoras que nos elevam e equilibram, e enquanto não
entendermos isso, enquanto não harmonizarmos nossos
desejos com as nossas possibilidades, continuaremos a
sofrer.
Quando pedimos a Deus, a Jesus ou aos bons Espíritos
para acalmarem nossos corações e mentes, é importante
que esse pedido vá acompanhado de uma migalha de vontade
real, verdadeira de que estamos fazendo o melhor que
podemos para retornar ao equilíbrio, e não estamos
conseguindo. Sabiamente o estimado benfeitor espiritual
Emmanuel nos alerta dizendo: “Cada dia que se levanta é
convite de Deus para que Lhe atendamos a Obra Divina, em
nosso próprio favor. Se te exasperas, não Lhe assimilas
o plano. Se te afeiçoas à gritaria, não Lhe percebes a
voz”.1
Todo esse estado mórbido desequilibra mente e corpo e
nos fechamos à ajuda que poderia vir dos planos mais
elevados. O preço do sacrifício é grande, mas temos
alguns recursos dos quais podemos nos utilizar para dar
condições à Espiritualidade de sermos atendidos nos
momentos aflitivos:
- pare, silencie e ore. Nessa atmosfera de silêncio e
oração, poderemos sentir a presença amiga daqueles que
nos amam e guiam.
- esvazie a mente de pensamentos sombrios. Busque na sua
lembrança momentos bons, alegres, de paisagens
harmoniosas que ficaram arquivadas na sua memória, ou
até mesmo a imagem de sua flor preferida. São tantas
lembranças felizes das quais nos esquecemos, porque
valorizamos as tristes, as desequilibradas, as
angustiosas... É importante revertermos esse quadro
sombrio, e somente nós temos condição de fazer isso,
tendo em vista que as recordações são somente nossas e
de mais ninguém.
- receba cada dia que se inicia como uma promessa de
vitória do amor em favor do bem, da paz em favor da
equidade, da alegria em favor do otimismo. Você faz
parte do Universo e seu pensamento equilibrado irá ao
encontro de outros que vibram na mesma sintonia,
engrossando a atmosfera benéfica que transformará o
planeta.
- prepare-se para o repouso. Desligue-se de
acontecimentos menos felizes, não importando de onde
venham e entregue a solução de problemas, que só poderão
ser resolvidos mais adiante, nas mãos do Criador – diz a
sabedoria popular que a noite é boa conselheira -,
porque quando dormimos para o Bem, poderemos encontrar,
por inspiração dos amigos espirituais quando retornarmos
ao corpo físico, a solução tão desejada para as
dificuldades que nos inquietam. Siga confiante e nada
tema. Mãos intangíveis nos guiam.
- busque abrigo no recanto pacífico da consciência. Se
fazemos, verdadeiramente, tudo aquilo que podemos e
sabemos para o nosso progresso espiritual e para o
progresso daqueles que estão ao nosso redor, teremos
segurança para aguardar com calma, porque é na
consciência que o Pai habita e a Ele nada é impossível.
Aceitar os problemas do mundo, recorda-nos Emmanuel, e
superá-los pela força do nosso trabalho e da nossa
serenidade é a fórmula justa de aquisição do
discernimento.2
Por essa razão, o apóstolo Paulo de Tarso deixou para
nossa reflexão e entendimento, na Carta aos Romanos,
capítulo 12, versículo 2, o seguinte ensinamento: (...)
“transformai-vos pela renovação de vossa mente, para que
proveis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de
Deus”.
Bibliografia:
XAVIER, F. C. Palavras de Vida Eterna,
ditado pelo Espírito Emmanuel – 20ª edição – Editora CEC
– Uberaba/MG – 1955 – lição 33.
____________ Fonte Viva – 31ª
edição – Editora FEB – Rio de Janeiro/RJ – lição 107.
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