Tema: A porta estreita
A porta estreita
A professora Marli havia terminado sua aula na escola e
estava indo embora apressada. Carregava muitos
materiais, e não reparou quando deixou cair uma folha de
papel.
Julinho, seu aluno, vinha um pouco atrás. Ele pegou a
folha do chão e já ia chamar pela professora, quando
notou que aquela era a prova de matemática que sua turma
teria naquela semana.
Em poucos segundos, muitos pensamentos passaram pela
cabeça do menino. “A prova caiu sozinha. Eu apenas a
achei no chão. Posso não contar para ninguém, estudar as
questões e tirar uma boa nota.” Mas logo Julinho pensou
diferente. “Eu deveria entregar a folha para a
professora. Não é certo eu saber as respostas antes da
hora”.
Enquanto Julinho pensava no que fazer, a professora se
distanciou, saiu da escola e foi embora.
– Não deu tempo de devolver, não foi minha culpa –
refletiu, tentando justificar sua atitude.
O menino guardou a prova na mochila e foi para casa, sem
contar nada a ninguém.
As horas passaram, e Julinho só pensava no que fazer.
Tinha vontade de tirar proveito da situação e conseguir
uma boa nota. Mas sabia que seria errado agir assim.
No começo da noite, a família de Julinho se reuniu na
sala para o evangelho no lar, como costumavam fazer.
Depois da prece inicial, a mãe de Julinho abriu O
Evangelho segundo o Espiritismo e leu um trecho. O
item escolhido era chamado “A Porta Estreita”, e
começava assim: Entrai
pela porta estreita, porque larga é a porta da perdição.
Depois da leitura, a mãe explicou o ensinamento de Jesus
contido naquelas palavras:
– Pela porta larga, as pessoas passam facilmente. E por
isso passam tantas pessoas. Mas Jesus nos recomenda que
escolhamos a porta estreita, ou seja, aquela que nos
exige esforço. É com esforço que exercitamos as
virtudes, que fazemos o que é certo, aos olhos de Deus.
Fazer o que é errado pode ser o mais fácil ou mais
prazeroso, mas Jesus nos ensina que a porta larga é a
porta da perdição.
Ouvindo a explicação, Julinho lembrou-se da prova e
entendeu que, se ficasse com ela, seria como passar pela
porta larga. Ele não queria contar para a professora,
mas isso era o certo a fazer.
Depois do evangelho, Julinho contou para a mãe o que
tinha acontecido e mostrou a folha da prova. Ela
encorajou o filho a ligar para a professora, que lhe
agradeceu e elogiou sua honestidade.
A professora Marli explicou que ainda não havia feito
cópias daquela folha, e, como não a havia encontrado, já
tinha começado a preparar outra prova.
Julinho ficou aliviado por ter falado com ela. E também
ficou feliz no dia da prova, pois estudou bastante e
conseguiu tirar uma boa nota.