A alegria dos outros
Relendo o livro “As lições de Chico Xavier”, de
autoria de Marcel Souto Maior, deparei com a
experiência, na página 39, intitulada “A alegria
dos Outros”, em que o referido autor nos conta:
Um empresário muito bem-sucedido procurou Chico
Xavier para pedir socorro.
– Eu tenho tudo, Chico – dinheiro, uma família
maravilhosa, filhos lindos, uma bela casa –, mas
não consigo ser feliz de jeito nenhum.
O empresário esperava um passe, uma oração, uma
solução mágica, mas recebeu de volta uma frase
curta:
– O que falta em você é a alegria dos outros.
Pois bem! Diante dessa experiência, narrada na
obra referenciada, convido o amigo leitor para
que juntos possamos fazer a seguinte reflexão:
Muitas das vezes, nos encontramos fisicamente ao
lado da família, dos familiares, dos amigos
etc., mas não convivemos de fato; não nos
abraçamos, nem nos embarcamos no mesmo barco;
não tomamos juntos o café, nem compartilhamos as
alegrias conquistadas ao longo de um intenso dia
de trabalho; não temos tempo para trocar ideias
com amigos numa esquina qualquer; nem a devida
atenção ao cumprimentar ou responder a uma
saudação de um colega de condomínio, ou de um
vizinho, ou de um companheiro de jornada, ou de
algum familiar. As obrigações profissionais nos
tomam todo o tempo disponível e indisponível, ou
seja, é um deus nos acuda na lida do lucro e no
perde e ganha nas negociações, nos compromissos
que a sociedade, exaustivamente, nos impõe.
Nestes tempos atuais, em meio a tanto acúmulo de
informações e de um corre-corre sem fim,
percebemos que já estamos nos habituando à moda
da presença virtual, em detrimento da presença
física. Conversamos com quem está longe e
desprezamos os mais próximos. Estamos cada vez
mais distantes e mais ausentes. Em meio a esse
contexto, como conquistarmos a alegria dos
outros?
Eh! Precisamos aprender a unir o útil ao
agradável; implementar disciplina em nossas
ações; buscar o equilíbrio; e entendermos que só
recebemos aquilo damos; só conquistamos aquilo
que buscamos com dedicação.
Logo, para conquistarmos e recebermos a alegria
dos outros, é necessário que promovamos essa
alegria, de dentro de nós, através da nossa
presença fraterna, apesar de tantos afazeres e
compromissos profissionais. Que possamos, ainda
que terapeuticamente, pelo menos sorrir um pouco
mais e acariciar as pessoas com um olhar de
atenção e de carinho, começando na convivência
familiar.
Assim, entenderemos que a alegria que recebemos
dos outros é, na verdade, a alegria que damos na
nossa convivência do dia a dia.