Motivos para sorrir
“Quando plantares a alegria de viver nos
corações que te cercam, em breve as flores e os
frutos de tua sementeira te enriquecerão o
caminho.” (Emmanuel,
no livro “Fonte Viva”, capítulo 73, psicografia
de Francisco Cândido Xavier.)
Conta-nos Chico Xavier, em um de seus
depoimentos, que visitando, certa feita, uma
penitenciária, deparou-se com um reeducando que
lhe disse, mais ou menos assim: “o coração é
nosso, podemos sofrer, mas o rosto é do próximo,
devemos sorrir”. Sem dúvida, fantástico e
profundo ensinamento.
Estando nosso coração na intimidade do corpo e
sendo o órgão das emoções, nossos sofrimentos
não são visíveis pelos olhares humanos, no
entanto, as expressões faciais são plenamente
identificáveis por qualquer criatura, daí,
evidentemente, a preocupação em não deixar
transparecer os sintomas da dor que por ventura
carregamos.
Todos nós, indistintamente, temos problemas e
somos portadores de enormes aflições, isso
porque ainda somos Espíritos um tanto
distanciados da perfeição, da sublimidade e da
nobreza dos verdadeiros sentimentos. Criados por
Deus, na simplicidade e na ignorância, em
realidade, caminhamos pouco em ascensão
evolutiva. Assim, é próprio de cada um ainda
trilhar por veredas incertas ou seguir por
caminhos duvidosos que, via de regra, nos
apresentam grandes doses de sofrimentos.
Mesmo assim, não se tem notícias que a tristeza,
o abatimento e a apatia tenham nos proporcionado
qualquer tipo de benefício, antes, geram ainda
mais insatisfações e desencadeiam quadros
aflitivos e indesejados.
Portanto, seguindo os ensinamentos do Espírito
Emmanuel, na abertura deste artigo, temos, se
desejarmos, o roteiro seguro para que, com
esforço, ao longo do tempo tenhamos a
oportunidade de conhecer a alegria, isso,
naturalmente promovendo a alegria nos corações
alheios.
Basta então que olhemos ao redor para de
imediato vislumbrar notáveis oportunidades de
promover a felicidade no âmago daqueles que
seguem conosco.
Aqui é uma palavra de incentivo ao irmão
vacilante, estimulando-o na caminhada que
enceta.
Ali é o abraço carinhoso e terno na criança
abandonada que, mesmo contando com pais vivos,
permanece na solidão, carente de um toque de
amor e de um gesto de fraternidade.
Mais além é o prato de comida oferecido ao irmão
caído no desespero, ou mesmo a gota de remédio
que possa lenir a dor de um coração torturado
pela enfermidade.
Em outro setor é a instituição socorrista
erguida pelo amor de pessoas sensíveis e
dedicadas a receber o idoso sem lar que,
tiritando de frio, muitas vezes vaga pelas
vielas da indiferença a colher os espinhos
agudos da ingratidão.
À frente é o emprego oferecido ao chefe de
família que, na expectativa, via o seu celeiro
exaurindo; satisfeito novamente, após o calor
humano da generosidade ter-lhe visitado o
casebre arruinado.
É a palavra amiga, o colo confortador, a lição
ministrada, a oportunidade oferecida, a
gentileza expressada... o amor entre os homens.
Agindo assim, em nome de paz, em função da
caridade, estaremos esparramando a alegria nos
semblantes alheios, e a expressão do sorriso do
irmão feliz irradiará vibração de profundo teor,
e mesmo que estejamos com o coração ferido,
nosso rosto refletirá o sorriso da alegria de
servir, pois Jesus, o Amigo de sempre, nos
informou: “O filho do homem não veio para ser
servido mas para servir”... e quem aprendeu a
ciência do amor terá sempre motivos para sorrir.