A empatia em tempos de crises
A vivência da empatia é de fundamental
importância nestes tempos de crises, pelos quais
estamos passando, quando urge a necessidade de
buscarmos respostas que justifiquem o porquê e o
para quê dos acontecimentos atuais e do nosso
envolvimento neste contexto, não apenas no
tocante às crises existenciais e à pandemia da
covid-19, mas também aos preconceitos alusivos à
desigualdade social, ao gênero, à sexualidade, à
etnia etc.
Embora para muitos de nós, à primeira vista, se
trate de tempos de dores e de sofrimentos, na
verdade o fundo da questão nos remete às
oportunidades de aprendizagem moral,
chamando-nos para que, através da força do
autoconhecimento, do resultado dos momentos de
reflexão e da vivência de maneira resignada, nos
libertemos das amarras que nos impedem do avanço
na senda evolutiva, e que possamos, através
desses exercícios, promover a nossa
transformação moral.
Como já sabemos, a empatia é a palavra-chave
para o momento em que estamos vivendo e
convivendo, como se estivéssemos nos abarcando
no mesmo barco, em plena tempestade, unindo
forças para o enfrentamento de desafios, a fim
de vencermos estes tempos de pandemia e demais
tipos de crises que envolvem a sociedade como um
todo.
O mestre Jesus, através dos evangelhos, nos
ensina a empatia, que se praticada em tempos de
normalidade, na aprendizagem das lições, na lida
do dia a dia, servirá de base para a aplicação
em tempos de crises, assim vejamos o seguinte
exemplo:
“Fazei ao outro somente aquilo que gostaríamos
que nos fosse feito”. (Mateus 7:12)
Dessa recomendação do mestre Jesus, podemos
extrair para todos nós o ensinamento de que se
trata do maior senso de justiça, equilíbrio das
relações interpessoais.
Fazer ao outro somente o que gostaríamos que nos
fosse feito é nos colocarmos no lugar do outro,
fazendo ao outro as coisas que desejamos que o
outro faça por nós.
Esse ensinamento é, também, ministrado pelo
Espírito de Verdade, na questão 876 de O
Livro dos Espíritos, sendo a sua aplicação a
base da justiça, segundo a lei natural.
Portanto, temos no mestre Jesus, o exemplo maior
da empatia, sendo Ele o tipo mais perfeito
oferecido por Deus à Humanidade, para lhe servir
de guia e modelo, conforme nos ensina a questão
625 de O Livro dos Espíritos.
Que nestes tempos de crises diversas, possamos
nos colocar no lugar do outro, fazendo-lhe
somente aquilo que gostaríamos que nos fosse
feito, a fim de auxiliá-lo nestes momentos
difíceis pelos quais todos estamos vivenciando,
quando passamos a desenvolver a virtude da
misericórdia, externando a pureza do coração em
favor um do outro.
Dessa forma, juntos entenderemos o porquê e o
para quê destes tempos de crises, e venceremos o
mundo, ou seja, começando, cada qual, pelo seu
próprio “mundinho” íntimo.