Segue louvando
Peregrino da sombra enfermo e triste,
- Farrapo escuro de sinistros ventos -
Que passas, entre os homens desatentos
Chorando a mágoa estranha que te assiste...
Embora esteja a dor por lança em riste
Vigiando-te as mãos e os pés sangrentos,
Segue, louvando os teus padecimentos,
No espinheiral da encosta a que subiste!...
Não te pese a aflição torva e escarninha,
Clama, geme, soluça, mas caminha
Na armadura de pranto em que te encerras!
E quando a luz beijar-te sobre o monte,
Contemplarás os sóis de outros horizontes
E a beleza sublime de outras terras!..
Do livro Cartas do coração, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.