Como obter a cura espiritual?
A obra “Nosso Lar”, publicada pelo espírito André Luiz e
pelo saudoso médium brasileiro, Chico Xavier, versa
sobre as experiências de André no mundo espiritual após
a sua desencarnação. Ela continua a ser fecunda nas suas
entrelinhas e resolvi abordar o 6º capítulo, intitulado
“Precioso Aviso”.
Nesse referido capítulo, André ainda se encontra em
recuperação, ou seja, internado e recebe a visita de
Clarêncio e outro atencioso visitador.
Clarêncio lhe perguntou: “Como vai? Melhorzinho?”
Ao ser questionado, André apresentou várias queixas,
falou da própria existência, sentia-se um miserável e
injustiçado e chorou bastante! Clarêncio e o visitante
não interromperam a narrativa de André. Após um tempo, o
ministro levantou-se sereno e falou sem afetação: "Meu
Amigo, deseja você, de fato, a cura espiritual?". Ao
que André responde afirmativamente. Então, continua
Clarêncio: “Aprenda então a não falar excessivamente
de si mesmo, nem comente a própria dor. Lamentação
denota enfermidade mental e enfermidade de curso
laborioso e tratamento difícil. É indispensável criar
pensamentos novos e disciplinar os lábios”.
O nobre mentor discorre, então, sobre a alegria de
viver, a bênção do trabalho e o objetivo de se criarem
novas condições mentais para o porvir. Além, claro, de
chamar a atenção de André pelas vantagens que teve
quando encarnado.
Diz o mentor: “Não disputava você, na carne, as
vantagens naturais, decorrentes das boas situações? Não
estimava a obtenção de recursos lícitos, ansioso de
estender benefícios aos entes amados? Não se interessava
pelas remunerações justas, pelas expressões de conforto,
com possibilidades de atender à família? Aqui, o
programa não é diferente. Apenas divergem os detalhes.
Nos círculos carnais, a convenção e a garantia
monetária; aqui o trabalho e as aquisições definitivas
do espírito imortal”.
Portanto, a lição que fica diz respeito à nossa conduta
mental no Além, bem como a disposição em ser útil e, com
isso, aparar as próprias arestas e construir um caminho
de paz e segurança. É lícito sentir saudades dos entes
queridos, é louvável a preocupação, sobretudo, quando
não temos notícias dos entes queridos nos primeiros
momentos no mundo espiritual. Mas, a lição repassada por
André refere-se ao nosso comportamento deletério de não
aceitação da realidade; a chaga da culpa; do remorso; da
revolta... que são obstáculos para a nossa própria
felicidade espiritual.
Modificar, portanto, o panorama mental; não reclamar dos
desafios; mudar a forma de encarar os fatos, vê-los de
maneira otimista e esperançosa, tornam a nossa condição
espiritual melhor. Consequentemente, obtemos a cura dos
nossos males.
O tempo, mais ou menos longo, que permaneceremos nos
parques hospitalares do mundo espiritual quando
desencarnarmos (se tivermos merecimento, registre-se)
está condicionado à nossa conduta mental e à nossa
disposição íntima em ver as coisas com otimismo e,
sempre, confiantes na Bondade do Sempiterno.
Tudo o que alimentamos cresce. Se, portanto, alimentamos
tristeza, rancor, mágoa, desencanto existencial,
abrigaremos em nosso mundo íntimo esses sentimentos
negativos e permaneceremos doentes. E o contrário também
é verdadeiro. Ou seja, se alimentamos amor, paciência,
compaixão, otimismo, esses sentimentos nobres ganham
guarita em nosso espírito e nos tornamos mais leves.
Como, então, obter a cura espiritual? Com a disposição
firme no bem. Sem reclamar, sem guardar lixo n´alma e
disciplinando os lábios do negativismo. Além, claro, da
prática constante da caridade material e,
principalmente, moral, a começar com o próximo mais
próximo no lar, no trabalho, no ambiente de estudos...
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