Natural do Rio de Janeiro-RJ, onde também
reside, Darcy Neves Moreira (foto) é
professora com formação em Serviço Social e em
Pedagogia, tendo atuado na área da educação
pública em várias atividades, tanto como docente
quanto na área pedagógica. Com pós-graduação em
Metodologia do Ensino Superior, foi
diretora-adjunta de CIEP por oito anos, quando
se aposentou. Nos eventos espíritas prefere
apresentar-se como Educadora. Vincula-se ao
Centro Espírita Jorge Niemeyer, em Vila Isabel,
Rio de Janeiro, no qual coordena reuniões
mediúnicas e atua como expositora. Ela integra
também a diretoria colegiada do CEERJ – Conselho
Espírita do Estado do Rio de Janeiro. Nesta
entrevista ela nos fala sobre o movimento
espírita jovem no seu estado.
Como e quando se tornou espírita?
Próximo ao local em que eu morava residia uma
senhora que recebia uma entidade e fui-me
familiarizando com as questões espirituais.
Passei a frequentar com minha mãe as reuniões da
Congregação Espírita Francisco de Paula, quando
num belo dia, antes de começar a reunião
pública, uma pessoa, chamada Flávia Ciciliano,
convidou os jovens para uma reunião no sábado
seguinte às 17h. Passei a participar e nunca
mais abandonei. Lá se vão muitos anos! Naquela
época eu tinha 17 anos! O grupo era de doze
jovens e a orientadora era muito entusiasmada!
Foi um presente que ganhei.
Qual aspecto do Espiritismo mais lhe chama
atenção?
São todos encantadores, mas para mim o
filosófico é muito cativante! Identificar as
causas e os fins de tudo o que nos envolve, as
perguntas que fazemos sobre nossa vida e cuja
resposta a Doutrina nos fornece de forma
magistral! É o que me encanta!
Como surgiu a COMEERJ?
A COMEERJ (Confraternização das Mocidades
Espíritas do Estado do Rio de Janeiro) surgiu de
uma proposta de um grupo de trabalho. Minha
orientadora levava-nos para participar de
confraternizações no movimento espírita e,
durante o carnaval, nos reuníamos em um sitio de
propriedade de um dos familiares do grupo. Assim
ficamos durante um tempo até que, fazendo parte
do Departamento de Mocidade da federativa de
então, começamos a pensar num evento que
propiciasse aos demais jovens uma oportunidade
de passar o carnaval de uma forma diferente.
Buscamos conhecer como se realizavam as
confraternizações em outros estados. Indicamos
quatro amigos para fazer um encontro de
tarefeiros, capacitando-nos para o trabalho que
viria a seguir e 40 pessoas oriundas do Vale do
Paraíba, de Niterói e do Rio de Janeiro
acompanhamos um belíssimo seminário coordenado
por Raul Teixeira, Mario da Costa Barbosa, Maria
Èlide Capobianco e Wanderley Coutinho.
Formaram-se as bases da COMEERJ e da COMVALP
(Confraternização de Mocidades do Vale do
Paraíba) e acompanha esse projeto um momento
dedicado à família – ENEFE (Encontro Estadual da
Família Espírita).
Hoje qual é o seu envolvimento com esse
trabalho?
Atualmente participo da vibração mensal que é
feita para os preparativos do trabalho.
Quantas edições da COMEERJ já ocorreram?
Em 2021 a COMEERJ completará 42 anos de
atividade ininterrupta. Começou com 90 pessoas e
já alcançou a participação de 4.000, contando
jovens, facilitadores, tarefeiros e crianças,
organizados em polos de no máximo 300 pessoas.
Em 2021 o evento, devido à pandemia, será
virtual.
Quais as repercussões, em sua visão, desses anos
todos?
A formação de uma geração que hoje em dia se
constitui de trabalhadores mais conscientizados
da proposta espírita e que atuam em inúmeras
casas espíritas.
De suas lembranças, qual a mais marcante?
Lembro-me dos primeiros eventos em que uma
pequena equipe se organizava para selecionar
atividades que seriam desenvolvidas no período
de quatro dias, as orientações espirituais sobre
o trabalho, as primeiras informações observadas
pelos amigos de Minas Gerais que vinham ao Rio
sob os cuidados de Honório de Abreu e que
vislumbraram a ação da equipe espiritual; as
equipes de trabalho, os pequenos companheiros,
filhos de tarefeiros e que participaram também
do evento, a libertação de muitos espíritos
atendidos durante o evento, a implantação dos
polos, a atuação de Leopoldo Machado, José
Grosso e tantos outros amigos, e o interesse
crescente em estudar a Doutrina Espírita e o
Evangelho naqueles dias!
Na atualidade, com todas as mudanças que a
humanidade incorporou, inclusive com a
tecnologia, acha que houve grandes
transformações também com o movimento de jovens
espíritas?
Sim, muitas mudanças ocorreram e agora, com as
reuniões virtuais, o trabalho se expande, pois
as possibilidades de encontros aumentaram
muitíssimo, tanto quanto o compartilhamento de
experiências, os novos valores que surgem. Está
sendo providencial este momento!
Que você diria para os jovens espíritas da
atualidade?
Aproveitem o máximo esta oportunidade desta
encarnação! Multipliquem suas oportunidades de
estudo, conheçam outros grupos, atualizem seus
conhecimentos do Espiritismo com tantos irmãos
que se dedicam ao estudo aprofundado. Não há
limites para tanta oferta de estudos e
encontros. Basta selecionar e saber que há
muitos amigos espirituais que acompanham com
desvelado amor a vida de cada um de vocês. Então
coragem, bom ânimo e firmeza para separar o joio
do trigo, sabendo que há um mundo de informações
preciosas que nos vêm às mãos pelos Instrutores
Espirituais! E lembrar que Jesus conta com
todos!
Algo mais que gostaria de acrescentar?
Apenas lembrar Vianna de Carvalho, numa mensagem
muito interessante inserida no livro À Luz do
Espiritismo, em que ele diz: “Nenhuma
doutrina, como o Espiritismo, constitui fonte de
inspiração e melhor caminho de aprimoramento
para a mocidade... O Espiritismo é mensagem viva
de iluminação e felicidade para a juventude.”
Suas palavras finais.
Estou agradecendo a oportunidade de divulgar
este trabalho da Espiritualidade, convocando-nos
à evangelização do jovem, que aliás começa na
evangelização da criança! Evangelizemos, pois,
colaborando para a renovação da humanidade
terrena desde agora! Na certeza de que este é o
programa no qual nós devemos debruçar-nos com
muita alegria!
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