Quem acende uma luz se ilumina
primeiro
“Guardai-vos, não façais as vossas boas obras
diante dos homens, com o fim de serdes vistos
por eles; de outra sorte não tereis a recompensa
da mão de vosso Pai, que está no céu.” (Jesus -
Mateus, 6:1.)
O verdadeiro sentido da caridade, conforme
entende Jesus, segundo “O Livro dos Espíritos”
de Allan Kardec, é a benevolência para com
todos, indulgência para com as faltas alheias e
o perdão das ofensas.
O bem em qualquer circunstância sempre produzirá
valorosos e oportunos resultados, não importando
de que forma e maneira seja feito, mas revestido
de humildade e desprendimento, e renderá ao
benfeitor benefícios incalculáveis.
É um engano acreditar que ao fazer o bem
estejamos apenas socorrendo quem o recebe, pois
que aquele que acende uma luz é, sem dúvida, o
primeiro a receber a claridade dela. Um gesto de
solidariedade - uma ação fraterna - tem o poder
de iluminar intensamente o coração generoso,
irradiando seus raios na direção daquele que se
pretende ajudar.
Como uma usina geradora de energia, quem já tem
a consciência de fazer o bem está sempre repleto
de força e vigor, vivendo de forma muito mais
saudável e dignificante.
As formas de exercer a bondade são as mais
variadas possíveis.
No lar, onde a doença pertinaz se instalou em
algum familiar, fazer o bem é socorrê-lo com o
máximo esforço, recorrendo a todos os recursos
médicos possíveis, sem esquecer a paciência e a
resignação diante dos desígnios divinos.
Na família em que se verifica a existência de
filhos seguindo pelas estradas sombrias das
viciações tóxicas, fazer o bem é insistir em
fazê-los enxergar o abismo que se lhes escancara
aos pés, com persistência e determinação,
lembrando que eles são livres para escolher a
vida que desejam viver.
Na comunidade que nos acolhe, fazer o bem é
desenvolver ações sociais que possam criar
oportunidades para que todos encontrem
possibilidades de prosperidade e progresso.
Amparar a criança carente, socorrer pais
desempregados, oferecer amparo aos idosos sem
recursos e se aproximar daqueles que perderam a
razão de viver são atitudes de extremo valor.
Nas nossas horas de folga, fazer o bem é
destinar um pouco de tempo para prestar serviços
voluntários em instituições de filantropia e de
promoção humana, sem desânimo. Tais
instituições, com frequência, vivem com extrema
carência de recursos financeiros e de material
humano para o desenvolvimento de seus
imprescindíveis programas de trabalho em favor
de inúmeros necessitados.
Obviamente, as sugestões apontadas são pequenos
lembretes diante da imensidão dos problemas
sociais que nos circundam, onde seres humanos
estão a desejar uma vida de paz, de conforto e
de serenidade.
A esperança de viver uma vida melhor é anseio de
todas as criaturas. Quando nos propomos a ajudar
aqueles que seguem ao nosso lado, buscando, ao
máximo, a concretização dos seus sonhos, sem
dúvida, pela lei de causa e efeito, de ação e
reação, estaremos criando condições e
possibilidades para que os nossos sonhos também
sejam realizados. “É dando que se recebe”,
conforme nos ensinou Francisco de Assis.
Quando alguém consegue vislumbrar as
dificuldades dos irmãos de caminhada e se propõe
a minorá-las, de acordo com as suas forças e
disponibilidades, sem perceber cria um canal de
ligação com a Providência Divina, que identifica
as necessidades, dando a ele muito mais do que
oferece, pois quem dá o bem é o primeiro
beneficiado.
Se já despertamos nossa consciência para os
reais e imprescindíveis valores da vida, a
estrada a seguir é a do bem, somente a do bem...