É preciso educar crianças sem
preconceitos
Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele,
por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as
pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar,
elas podem ser ensinadas a amar. Nelson
Mandela
O preconceito é construído socialmente, não nasce com a
criança. A cada troca e interação, no convívio
cotidiano, a criança absorve valores, normas, crenças, e
compreende o mundo. Com isso, ela está totalmente
disponível para aprender coisas importantes e valiosas.
De outra parte, a criança está suscetível também a
incorporar condutas sociais norteadas por preconceitos
como o racismo, o machismo etc., e que passam,
infelizmente, de geração para geração.
Todos nós, que somos pais/educadores, temos a
oportunidade de ressignificar crenças e comportamentos,
predispondo-nos a educar uma criança sem preconceitos. E
como fazê-lo?
No dia a dia, em razão do convívio diário com a criança,
o diálogo é muito importante. Muitas vezes a criança
diz, por exemplo, que tem, na escola, um colega que ela
rotula de ‘chato’ ou ‘diferente’. Aproveitar essa rica
oportunidade para reforçar seu direito a escolher amigos
de acordo com a afinidade, contudo ela deve sempre
respeitar a todos. Reforçar que o respeito vem antes de
quaisquer preferências é fundamental à educação de
qualquer ser humano e futuro cidadão.
Levar o filho para conhecer lugares frequentados por
pessoas diversas também ajuda o processo educativo da
criança. Em feiras, museus, bibliotecas, parques,
pracinha etc., ressaltar a diversidade presente no
mundo, oferecendo à criança a chance de notar diferenças
e, portanto, ir pouco a pouco compreendendo que é a
diversidade que embasa natureza e sociedade.
Há pais que têm receio de apresentar o mundo para a
criança. Obviamente, respeitando a idade da criança,
desde cedo ela precisa aprender que os seres humanos são
iguais, a independer, por exemplo, de raça, credo,
etnia... Nosso mundo é permeado por distintas formas de
expressão e é importante já na infância termos contato
com os contrastes para desenvolvermos empatia,
solidariedade, respeito, compreensão.
Por fim, ter coerência entre o que falamos para a
criança e como agimos é primordial para o próprio
processo da educação infantil. As crianças aprendem
principalmente reproduzindo nossas atitudes. Então o
primeiro passo para que o filho respeite o próximo é o
pai ou a mãe reforçar atitudes respeitosas no cotidiano.
É ser um exemplo positivo. De modo atento, determinado,
sobretudo se o adulto responsável pela criança deriva de
uma educação preconceituosa, procurar observar-se,
evitando comentários irônicos e desrespeitosos sobre as
pessoas. Na vida adulta, a autoeducação é ferramenta
importante e contínua. Corrigir-se com insistência, pois
sempre é tempo de aprender a deixar para trás os
preconceitos. Tornar-se uma pessoa melhor sempre é
alternativa inteligente e, em consequência, ser um
adulto mais preparado para guiar um ser humano no começo
da vida.
Notinhas
A palavra preconceito une o prefixo “pré”, que significa
anterior, ao vocábulo “conceito”, que remete a
significado ou juízo. Preconceito é um substantivo
abstrato que designa o ato de julgar, isto é, de
emitir-se um juízo ou uma sentença sobre algo antes de
conhecer-se o que se é julgado. Julgar alguém pela cor
de sua pele, por seu gênero, sexualidade, classe social,
origem geográfica, aparência física, religião,
deficiências etc. é uma forma de preconceito prejudicial
para a sociedade.
O preconceito está em todo o mundo. Dependendo do lugar,
certos tipos de preconceito podem ser mais intensos que
outros. No caso do Brasil, por exemplo, os principais
tipos de atitudes preconceituosas estão relacionados ao
racismo (preconceito contra negros), machismo,
misoginia, sexismo (preconceito contra mulheres),
homofobia, xenofobia...
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