No caso da ideação suicida, sugerimos a
abordagem em três frentes
Desta vez, em nosso questionário sobre a ideação
suicida, entrevistamos 230 mulheres dos mais
diversos estados brasileiros e nas mais diversas
faixas etárias. Adiante, em outros textos,
traremos mais informações, até porque neste
momento não é nosso objetivo esmiuçar esta
parte.
Destaco duas das perguntas que fizemos:
1 – Já pensou em suicídio alguma vez em sua
vida?
51,8% das mulheres responderam que sim, 48,2%
das mulheres responderam que não. Ou seja, mais
da metade das mulheres entrevistadas, em algum
momento, já pensaram na ideia de interrupção da
existência.
Quando vamos para a outra questão, que indaga se
já tentaram cometer o ato extremo de tirar a
própria vida, encontramos as seguintes
porcentagens:
14% já tentaram e 86% não tentaram.
Percebe-se, como já realizado em outros estudos,
um grande número de mulheres que cogitam da
ideia do suicídio.
Ainda neste questionário, ao levantarmos as
razões, obtivemos muitas respostas que falam da
tristeza, depressão, falta de perspectiva e
esperança no porvir.
Em realidade, ao menos para essas mulheres que
responderam as questões, o fato que envolve a
depressão é o mais notável.
Os transtornos mentais estão diretamente
associados à ideia de suicídio e é por isso que
insistimos na abordagem em 3 frentes:
1 – Medicina convencional.
2 – Intervenção terapêutica.
3- Abordagem espiritual.
Nos cursos que venho realizando sobre prevenção
e posvenção do suicídio, constato que os
tratamentos preconizados se apoiam apenas nas
duas primeiras etapas: medicina convencional e
intervenção terapêutica.
Entendo, claro, as razões pelas quais as
instituições que ministram esses cursos ficam
apenas nestas duas etapas, contudo, como
espiritualista e espírita, não posso deixar de
anotar no horizonte do tratamento a importância
do aspecto que envolve a espiritualidade, sendo,
este, muito importante para todo o processo.
Eis por que costumo bater na tecla ser
fundamental a quebra do paradigma materialista,
posto que, em muitas instâncias, ele, o
paradigma materialista, enfoca apenas o “aqui e
agora”, sem contemplar o Ser como um todo, sua
biografia espiritual, suas vivências e aptidões
que, não raro, são oriundas das existências
pretéritas.
Ora, se é verdade que os fatores culturais,
socioeconômicos e outros dão sua parcela de
contribuição na forma em que o indivíduo enxerga
a vida e se relaciona com o mundo ao seu redor,
introduzindo a cultura espiritualista em
sociedade, teremos uma abordagem mais completa
de todo este quebra-cabeça que podemos chamar
“ser humano”.
Causa-me e sempre me causou estranheza verificar
que alguns religiosos consideram serem os
problemas humanos resolvidos apenas com preces,
orações, reuniões de desobsessão ou “descarrego”
e idas a centro espíritas, igrejas ou
instituições afins. Mas também me causa
estranheza perceber que há, ainda, pessoas
ligadas às ciências convencionais que se negam
absolutamente a admitir a contraparte espiritual
do indivíduo.
Isto dito, cabe-nos fazer nossa parte, trabalhar
para que ambas as ciências, tanto a do corpo,
quando a da alma, complementem-se e produzam,
juntas, mais qualidade de vida para todos,
porquanto, ambas as ciências citadas aqui não se
excluem, ao contrário, completam-se.