Chico Xavier despediu-se do Padre Sebastião Scarzelli
mais uma vez depois que foi embora de Pedro Leopoldo.
Logo após os primeiros contatos com o Espiritismo,
voltou à igreja de Pedro Leopoldo, para dar-lhe notícias
de sua nova situação. Só podia vê-lo, nesse dia, no
confessionário. Para lá se dirigiu. Ajoelhou-se, como
sempre fazia, e contou-lhe tudo o que se passara, a cura
de sua irmã, sua emoção ao conhecer as ideias espíritas,
os livros de Allan Kardec que estava lendo, as melhoras
de seu estado íntimo…
O padre não o condenou, disse apenas que não lera até aquela
ocasião qualquer obra do Espiritismo e por isso nada podia
dizer… Disse-lhe que a Igreja não aprovava o Espiritismo e que
era muito jovem para assumir compromissos e tomar decisões.
Chico respondeu-lhe que, apesar de respeitá-lo muito, ia estudar
o Espiritismo e dedicar-se à mediunidade. Ele permaneceu calado.
Então, disse ao padre que não queria separar-se dele, que fora
sempre tão bondoso para ele, deixando-o contrariado. Pediu que
lhe desse a mão, ele estendeu a mão direita. Depois de beijá-la,
pediu que o abençoasse. Ele, então, lhe disse: “Seja feliz, meu
filho. Eu rogarei à nossa Mãe Santíssima para que te abençoe e
te proteja…” Chico se levantou e saiu, mas sabendo que havia
tomado a decisão de praticar a mediunidade. Quando chegou à
porta de saída, voltou para vê-lo ainda uma vez e notou que ele,
mesmo de longe, o acompanhava com o olhar e lhe sorria.
Do livro No Mundo de Chico Xavier, de
Elias Barbosa.
|