Mãos na massa!
O trabalho manual, com um fim prático, ajuda a adquirir
uma disciplina interna. Maria
Montessori
Quem já passou pela situação de ter uma lâmpada queimada
em casa, uma camisa sem botão, uma receita de pão ou uma
declaração do Imposto de Renda e pensou: “não tenho a
menor ideia de como fazer isso!”
Minha mãe dizia que é fundamental que treinemos em casa,
e já na infância, certas atividades essenciais a um
viver mais pleno – costurar, cozinhar, trocar uma
lâmpada, aplicar óleo nas portas etc... Pois as coisas
não são necessariamente aprendidas segundo a exigência
escolar… É possível, então, preparar os filhos para
determinadas situações rotineiras, ajudando-os a
desenvolver habilidades e competências que independem
das diretrizes curriculares.
Em casa, desde cedo, precisamos contar com uma
convivência que nos ajude a nos tornarmos autônomos. Por
isso, faz parte da educação da criança aprender a cuidar
de si mesma e da casa – e isso é válido para qualquer
indivíduo! Sim, principalmente nesta época, nossos
filhos precisam desenvolver habilidades cognitivas e
competências técnicas. Ou seja, o ser humano é um todo e
as vivências para a resolução de problemas estruturam a
base de qualquer estilo de vida futuro.
Quem de nós foi educado para pregar um botão? Quem de
nós foi ensinado a quebrar um ovo? Parece engraçado, mas
conseguir quebrar um ovo é algo importante para quem
pensa o cotidiano do mundo da vida, por exemplo. Muitas
vezes, uma criança de 10 anos sabe andar de bicicleta, é
um excelente jogador de basquete, mas não tem a menor
ideia sobre quebrar um ovo… e este conhecimento é
fundamental para a construção de sua autonomia.
O que quero dizer com isso tudo? Na infância, enquanto
nossos filhos crescem, é vital que estejam envolvidos,
em algum nível, e de acordo com a idade, em experiências
como arrumar a casa, cozinhar, fazer mercado, lidar com
dinheiro, organizar os espaços, ocupar-se do lixo,
consertar as coisas, cuidar de plantas, integrar,
através de exemplos e práticas, noções básicas sobre
natureza, sociedade, política, cidadania. Para
conseguir, mais tarde, elaborar ideias/metas e planejar
a própria vida. Afinal, no fim das contas, essas
vivências cotidianas são também elementares para a
construção de um pensamento crítico e, consequentemente,
para a autorrealização humana.
Claro que, como tudo na vida, cada um tem o seu tempo e
é muito importante que os pais se atentem a isso quando
forem ensinar habilidades de vida para os seus filhos.
Mas, no geral, aos 8 anos, a criança já pode ser
orientada a pregar um botão, fazer tricô, ajudar a lavar
as louças, varrer, guardar as compras, organizar armário
de brinquedos/livros ou a preparar algumas refeições,
por exemplo. Ao aprender a preparar suas próprias
refeições – de início as mais simples, as crianças
aprendem gradativamente a “se virar sozinhas” e isso,
por sua vez, estimula responsabilidade e autonomia, à
medida que elas percebem que podem fazer as coisas por
si mesmas.
E na sua casa? Você ensina habilidades básicas sobre o
viver cotidiano para o seu filho? Costurar, consertar,
arrumar, jardinar, cozinhar?
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