Inteligências malignas
É admirável o avanço da
inteligência humana
manifestado em inúmeras
áreas do saber.
Descortinando
possibilidades de
progresso e soluções
para problemas
espinhosos, a capacidade
de realização dos
indivíduos se impõe cada
vez mais. Tem-se, assim,
a configuração de uma
civilização que anda pari
passu com as novas
descobertas e
conquistas, apesar de
ainda abrigar em seu
seio a miséria e as
dificuldades de acesso -
em larga escala,
obviamente - aos
benefícios daí
decorrentes. Dito de
outra forma, o gênio
humano aflora
maravilhosamente, embora
não promova – pelo menos
por ora – o tão desejado
bem-estar geral.
Tal cenário certamente
advém da ação de
Espíritos dotados de
enorme capacidade
inventiva, e que usam os
recursos naturais do seu
pensamento evoluído. A
eles devemos as
conquistas atuais, que
têm, sem dúvida, ajudado
a diminuir as angústias
humanas. Todavia, também
há, cumpre reconhecer,
considerável contingente
de indivíduos que
utilizam o seu
indiscutível talento
mental para o mal. Nesse
sentido, é assustador
ver como eles dão mau
uso da sua
extraordinária
inteligência ao focarem
na consecução de
objetivos perversos.
Allan Kardec fez
esclarecedora observação
sobre essas criaturas,
ainda desviadas dos
ideais superiores, na
obra O Livro dos
Espíritos (questão
101): “A inteligência
pode achar-se neles
aliada à maldade ou à
malícia; seja, porém,
qual for o grau que
tenham alcançado de
desenvolvimento
intelectual, suas ideias
são pouco elevadas e
mais ou menos abjetos
seus sentimentos”.
Posto isto, é
indiscutível que muitos
há presentemente
encarnados que se valem
do seu excepcional
desenvolvimento
intelectual para pilhar
e lesar os seus
semelhantes. Com efeito,
os prejuízos gerados às
organizações e aos
cidadãos por essas
inteligências inimigas
do bem são
extraordinários. Os
cibercriminosos, como
assim são chamados, são
idealizadores de
criações tecnológicas
nocivas ao perfeito
funcionamento dos
ambientes on-line, tais
como malware,
ransomware e phishing.
Ou seja, basicamente
pequenos programinhas
(softwares) que vêm
acoplados aos e-mails
que recebemos de fontes
mal-intencionadas.
Quando neles clicamos,
abrimos,
inadvertidamente, às
portas das nossas vidas,
pois eles vasculham e
capturam todos os nossos
dados e informações
pessoais. Os prejuízos
às vítimas derivados
dessa modalidade de
crime são elevadíssimos,
sem falar dos
transtornos legais.
Cabe salientar que o
mesmo se dá àqueles que
operam em ambiente
corporativo. De modo
traiçoeiro, os hackers
(indivíduos dedicados a
esse mister nefando)
invadem os sistemas de
inteligência artificial
das empresas,
apoderando-se de
arquivos e informações
estratégicas. Concluída
a invasão e obtidos os
dados sigilosos, passam
a chantagear as empresas
– vítimas da sanha
desses malfeitores
cibernéticos –
obrigando-as, em muitos
casos, a pagar elevada
quantia em bitcoins para
não deixar rastros dos
seus ataques.
Chega a ser um paradoxo
constatar que
absolutamente ninguém
está a salvo da ação dos
hackers (os bandidos da
web). Por conseguinte, o
perigo e o mal causado
em nosso país por essas
criaturas
inteligentemente
perversas são da ordem
de bilhões de reais.
Aqui, é preciso
reconhecer, os
malfeitores dessa
especialidade de crimes
proliferam. Vez por
outra, os noticiários
informam o
desbaratamento de
quadrilhas organizadas
dedicadas a essa
atividade abjeta.
Em suma, diferentemente
do Criador, cuja
inteligência “... se
revela em suas obras
como a de um pintor no
seu quadro...”, conforme
observou Kardec na obra
acima citada, esses
malfeitores, em
contrapartida,
demonstram a vileza dos
seus sentimentos e
motivações por meio de
ações maldosas. É de
supor-se que no momento
certo deverão também
prestar constas das suas
atitudes, bem como das
suas obras.
Obviamente, nada há de
respeitável em quem
segue caminho tão torpe,
ou seja, o da
inteligência maligna.
Desse modo, pode-se
igualmente supor que o
delinquente reencarne,
em momento oportuno,
estigmatizado por
severas deficiências
mentais, já que fez
intenso mau uso dessa
importante faculdade,
até que se redima
perante as leis exaradas
pela inteligência
celeste (Deus).