Artigos

por Wellington Balbo

 

Pensamento: o celular da alma


É muito interessante para o estudioso do Espiritismo verificar que seus ensinamentos podem ser percebidos no dia a dia, nos mais comuns atos das relações humanas, o que demonstra ser o Espiritismo uma ideia para ser vivida e observada também aqui, enquanto estivermos encarnados, e não apenas uma utopia, um ideal que só se avista ao desencarnar.

Pois bem, vamos ao fato que dá início à abordagem.

Dia desses uma pessoa entrou em contato comigo narrando:

“Estava trabalhando e, sem nenhuma razão aparente, comecei a pensar em meu filho mais velho. Não era um pensamento comum, como aqueles que temos, em geral, com os entes que amamos, mas um pensamento mais forte, como se ele estivesse ali, falando comigo, e eu o via chorando, pedindo ajuda, em total desespero, de modo que passei a sentir um vigoroso mal-estar, como se captasse um possível sofrimento de meu filho. Foi, então, que resolvi telefonar para ele. Contudo, ao pegar o telefone, vi que havia uma mensagem de Whatsapp, e era deste meu filho. Ele, muito triste, estava a pedir conselhos sobre uma situação muito importante de sua vida. Posso dizer que o ocorrido não foi nada comum, aliás, nunca havia passado por isso antes, tamanha a força daquele pensamento que me tomou de assalto”.

Este fato encontra uma provável explicação dada pelo Espiritismo. Um estudo sobre a atuação dos Espíritos nos fluidos pode trazer luz para esta e tantas outras questões que são vivenciadas por todos nós, mas que, por falta de cuidados e atenção no que se refere a esses temas, deixamos passar “batido” sem dar o devido crédito, isto quando não depositamos tais questões na conta das coincidências.

Sendo o fluido uma espécie de carro que leva o pensamento até o seu destino, compreendemos que, ao se pensar com muita vontade em alguém, de modo a colocar nossos mais potentes sentimentos e abastecer este carro, chamado fluido, com o combustível da vontade, este pensamento, sendo levado pelos fluidos, chegará naquele indivíduo que direcionamos nossa atenção.

Eis a razão pela qual, não raro, pensamos em alguém e logo toca o telefone a mostrar que, provavelmente, a pessoa captou nosso chamado.

Coincidência?

Talvez. Mas pode ser, também, o pensamento “deslizando” pelos fluidos e levando nosso recado.

Portanto, no caso do amigo acima, que, um tanto quanto desligado, nunca havia notado uma situação deste tipo, uma hipótese é a de que o pensamento do filho veio com tanta força em direção a ele que, mesmo desatento, foi chamado à atenção pela vontade impressa pelo filho neste poderoso agente de Deus: o pensamento, ou, numa analogia atual, o “celular da alma”.
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita