Pensamento: o celular da alma
É muito interessante para o estudioso do
Espiritismo verificar que seus ensinamentos
podem ser percebidos no dia a dia, nos mais
comuns atos das relações humanas, o que
demonstra ser o Espiritismo uma ideia para ser
vivida e observada também aqui, enquanto
estivermos encarnados, e não apenas uma utopia,
um ideal que só se avista ao desencarnar.
Pois bem, vamos ao fato que dá início à
abordagem.
Dia desses uma pessoa entrou em contato comigo
narrando:
“Estava trabalhando e, sem nenhuma razão
aparente, comecei a pensar em meu filho mais
velho. Não era um pensamento comum, como aqueles
que temos, em geral, com os entes que amamos,
mas um pensamento mais forte, como se ele
estivesse ali, falando comigo, e eu o via
chorando, pedindo ajuda, em total desespero, de
modo que passei a sentir um vigoroso mal-estar,
como se captasse um possível sofrimento de meu
filho. Foi, então, que resolvi telefonar para
ele. Contudo, ao pegar o telefone, vi que havia
uma mensagem de Whatsapp, e era deste meu filho.
Ele, muito triste, estava a pedir conselhos
sobre uma situação muito importante de sua vida.
Posso dizer que o ocorrido não foi nada comum,
aliás, nunca havia passado por isso antes,
tamanha a força daquele pensamento que me tomou
de assalto”.
Este fato encontra uma provável explicação dada
pelo Espiritismo. Um estudo sobre a atuação dos
Espíritos nos fluidos pode trazer luz para esta
e tantas outras questões que são vivenciadas por
todos nós, mas que, por falta de cuidados e
atenção no que se refere a esses temas, deixamos
passar “batido” sem dar o devido crédito, isto
quando não depositamos tais questões na conta
das coincidências.
Sendo o fluido uma espécie de carro que leva o
pensamento até o seu destino, compreendemos que,
ao se pensar com muita vontade em alguém, de
modo a colocar nossos mais potentes sentimentos
e abastecer este carro, chamado fluido, com o
combustível da vontade, este pensamento, sendo
levado pelos fluidos, chegará naquele indivíduo
que direcionamos nossa atenção.
Eis a razão pela qual, não raro, pensamos em
alguém e logo toca o telefone a mostrar que,
provavelmente, a pessoa captou nosso chamado.
Coincidência?
Talvez. Mas pode ser, também, o pensamento
“deslizando” pelos fluidos e levando nosso
recado.
Portanto, no caso do amigo acima, que, um tanto
quanto desligado, nunca havia notado uma
situação deste tipo, uma hipótese é a de que o
pensamento do filho veio com tanta força em
direção a ele que, mesmo desatento, foi chamado
à atenção pela vontade impressa pelo filho neste
poderoso agente de Deus: o pensamento, ou, numa
analogia atual, o “celular da alma”.