A vacinação é essencial para contenção da
atual pandemia
Em face da pandemia que se abateu sobre o nosso mundo,
convidamos o leitor a refletir como estamos reagindo ou
nos comportando em momento tão grave no que diz respeito
aos cuidados sanitários, uso das vacinas, qualidade de
pensamentos e conduta ético-moral requeridos mais do que
nunca.
Eu me apoiarei em recente livro ditado pelo Espírito
Manoel Philomeno de Miranda e psicografado por Divaldo
Franco, intitulado No rumo do Mundo de regeneração. (1)
O autor espiritual narra as atividades entre os dois
planos da vida num trabalho de harmonia visando apressar
a hora da felicidade após a experiência infeliz
vivenciada pela Humanidade. Temas como pandemia,
desencarnação, obsessões e transição planetária são fios
condutores do livro.
Miranda refere que esses fenômenos pandêmicos já
assolaram o planeta em épocas remotas. São considerados
“flagelos naturais”, são periódicos e seus habitantes
são convidados a rigorosas mudanças de hábitos e
comportamentos. Entretanto, esse flagelo atual parece
estar sendo piorado pelas condutas extravagantes e
rebeldes da população planetária, podendo agravar mais
ainda a situação pela exaltação recorrente de
comportamentos egoístas e orgulhosos, potencializados
pelo fogo das paixões personalistas. Seguem algumas
passagens para nossa reflexão:
[...] A pandemia é mais séria do que pensam ou agem no
planeta, explorando-a ou criando embaraços para a
libertação de seus males. Os descuidos e desrespeitos
aos cuidados estabelecidos para evitar-se a contaminação
têm aumentado os prejuízos causados, e surgem ameaças
para a intemporalidade do seu término. (P. 74)
Essa intemporalidade para seu término pode estar sendo
potencializada pela nossa rebeldia em atentar para os
cuidados propostos pelas autoridades de saúde,
especialmente em relação às aglomerações,
desconsiderando o distanciamento social, o uso das
vacinas e a insistência na manutenção de condutas
esdrúxulas de ordem moral e ética.
O autor aponta outros grandes comparsas que acompanham a
piora da pandemia: “[...] o pânico, a irreverência de
não se acreditar na sua letalidade, questões
imunológicas, outras doenças, idade avançada [...]”. (P.
53)
Como podemos observar, a gravidade do momento exige
colaboração das pessoas na observância dos cuidados
sanitários e colaboração irrestrita no que tange a
comportamentos fraternos, solidários, principalmente aos
aprendizes da Boa Nova, demonstrando, em atos ao invés
de palavras de autoengrandecimento, a prática da
caridade, que é a bandeira do Espiritismo, segundo Allan
Kardec.
Alguns alertas referendam esses cuidados e uso da
vacina:
[...] Discussões politiqueiras de baixo nível esqueciam
as vidas humanas para cuidar dos seus interesses
mesquinhos e venais. Alguns desses esculápios, que já
vinham aplicando medicamentos que deram bons resultados
nos casos da Espanha e Itália, consumidas pelo surto
feroz, deixaram de lado as brigas e ofensas políticas
para encontrar uma solução de emergência, enquanto os
laboratórios do mundo trabalhavam na produção da vacina
salvadora. (Grifo nosso). (P. 79)
Como podemos observar, a vacinação se torna hoje
essencial para auxiliar o controle da disseminação do
vírus. Mesmo com a velocidade que tenham sido
produzidas, o fato não as desacredita, visto que
seguiram rigorosos protocolos científicos nessa
produção.
A Organização
Mundial da Saúde (OMS) declarou recentemente que a
relutância ou recusa em vacinar, apesar da possibilidade
de fazê-lo, é uma das dez maiores ameaças para a saúde
global. Com efeito, há evidências que associam o
crescimento da não vacinação com surtos de doenças
preveníveis por vacinas em áreas onde anteriormente
tinham sido erradicadas.(2)
Outras medidas protetivas anunciadas desde 2020 são
claras e de fácil acesso a todos. Mantermos vigilância
em torno dos cuidados sanitários propostos pelas
autoridades em saúde pública são imperativos não
discutíveis: lavagens frequentes das mãos com água e
sabão, uso do álcool gel, máscaras protetoras e bem
ajustadas protegendo cavidades nasal e oral e
distanciamento social, mesmo para aqueles que já foram
vacinados.
Nessa linha, corrobora Dr. Eudalbo, instrutor
responsável pelos trabalhos do grupo: “[...] pode-se
evitar a contaminação, quase sempre através das mãos,
que recebem as partículas do espirro, pelo contato com
os olhos, boca, nariz e face, com lavagens frequentes
[...]”. (P. 52)
Essas são reflexões perfunctórias sobre os cuidados
sanitários e a vacinação, há muito mais para pensarmos
sobre a qualidade de nossos pensamentos e atos, porém,
nos provocam a pensar o que temos aprendido com a
pandemia? Quais atitudes efetivamente temos modificado
para nos melhorarmos e ao nosso entorno? De que forma
estou colaborando para minimizar tanto sofrimento?
Nestes tempos de pandemia, cuidemos para não resvalarmos
para o campo da revolta e da rebeldia, da beligerância
entre nós e os demais, e que a coragem e a serenidade
para o enfrentamento da transição planetária que está em
curso mais acelerado sejam presentes em nossos corações.
Cabe a nós, espíritas, a consciência desperta de nossos
deveres éticos e morais que a doutrina nos honra,
combatendo nossas más inclinações, evitando
exibicionismos e debates que não levam a lugar algum e
cumprirmos as normas sanitárias em vigor, bem como a
vacinação proposta. Agora é momento para que vibremos
amor e paz, consolo e luz ao Planeta e aos nossos irmãos
sofredores.
1- FRANCO,
Divaldo Pereira. No rumo do mundo de regeneração.
1ª. ed. Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda:
LEAL, 2020.
2- World
Health Organization. Ten Threats to global health in
2019 - Clique
neste link (acesso
em 26 de março, 2021)
Regina Stella Spagnuolo é Enfermeira e
Doutora em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual
Paulista – UNESP.
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