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por Rogério Coelho

 

O que projeta nossa sombra?


Antes de beneficiar os sedentos, a fonte pura e cristalina beneficia-se a si mesma.


“(...) Conhecendo a virtude que d´Ele saíra, Jesus Se voltou no meio multidão e disse: Quem me tocou?!” - Marcos, 5:30.


Intercambiamos à nossa revelia as correntes fluídicas pelos canais metafísicos. Cada criatura projeta para fora de si o clima psíquico que lhe é característico. Conforme escreveu Lucas (Atos, 5:15.), as pessoas transportavam os enfermos para as ruas e os punham em leitos para que ao menos a sombra de Pedro, quando passasse, cobrisse alguns deles e os curassem.

Assim sendo, entendemos com Emmanuel[1] que: “(...) o conquistador de glórias sanguinolentas espalha terror e ruínas por onde passa; o político astucioso semeia a desconfiança e a dúvida; o juiz parcial acorda o medo destrutivo; o revoltado espalha nuvens de veneno sutil; o maledicente injeta disposições malignas nos ouvintes, provocando o verbo desvairado; o caluniador estende fios de trevas na senda que trilha; o preguiçoso adormece as energias daqueles que encontra, inoculando-lhes fluidos entorpecentes; o mentiroso deixa a perturbação e insegurança ao redor dos próprios passos; o galhofeiro com a simples presença inspira histórias hilariantes.

Todos nós, através dos pensamentos, das palavras e dos atos, criamos atmosfera particular, que nos identifica aos olhos alheios... A sombra de Simão Pedro que aceitara o Cristo e a Ele se consagrara, era disputada pelos sofredores e doentes que encontravam nela esperança e alívio, reconforto e alegria...

Examina os assuntos e as atitudes que a tua presença desperta nos outros. Com atenção, descobrirás a qualidade de tua sombra e, se te encontras interessado na aquisição de valores iluminativos com Jesus, será fácil descobrires as próprias deficiências e corrigi-las.”

Cuidemos, pois, com muito carinho das fontes íntimas de nossas exteriorizações, a fim de que não venhamos a prejudicar o nosso próximo com emanações fluídicas doentias, perniciosas, malsãs...

Banhemo-nos diuturnamente nas águas lustrais do Evangelho de Jesus a fim de higienizarmo-nos por dentro, erradicando as zonas estercorárias, criando, assim, a emissão de correntes fluídicas sadias, levando a paz e a saúde a todos que compartilham conosco das sendas evolutivas, lembrando-nos que a fonte pura e cristalina, antes de beneficiar aos desertos áridos e aos sedentos, beneficia-se a si mesma, criando vida em abundância à sua volta.    


 

[1] - XAVIER, F. Cândido. Pão nosso. 17.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1996, cap. 172.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita