Como
nutrimos o nosso “eu”
interior?
As criaturas humanas são
alimentadas não apenas
pelos víveres
indispensáveis à
preservação dos seus
corpos físicos. Esse
tipo de nutrição sempre
existiu, e assim
certamente continuará
por um bom tempo, até
que as pessoas alcancem
outros patamares de
evolução espiritual, que
lhes possibilitem
dispensar de tal via. No
entanto, os tempos
hodiernos proporcionam
também outros tipos de
nutrição mais sutis, que
alimentam, mais
especificamente, a alma
humana.
Com o espetacular
advento do avanço
tecnológico obtido no
presente século, novas e
inusitadas formas de
distração e influência
(alimentos,
metaforicamente falando)
também têm penetrado a
psiquê humana
induzindo-lhe sobretudo
ideias malsãs.
Explicando melhor, uma
miríade de produtos e
serviços, criativamente
engendrados pelas
trevas, conseguem
acorrentar as criaturas
às mais doentias
distrações e
passatempos. Não é sem
razão que muitos ficam
diuturnamente
magnetizados por horas a
fio, por exemplo, por
jogos eletrônicos ou
sites que exploram
conteúdos inadequados à
saúde espiritual dos
indivíduos.
Assim sendo, apesar de
desfrutar de inúmeras
possibilidades
construtivas, que lhe
poderiam saciar o eu
interior com a
“ingestão” de conteúdos
sadios, as pessoas ainda
preferem as opções
desastrosas. Tornam-se,
assim, escravos de
hábitos perniciosos ou
aviltantes, que lhes
trazem enorme prejuízo
ao Espírito, já que lhe
sugam tempo precioso.
Tais criações abundam em
nosso planeta,
particularmente num
momento delicado para o
elemento humano que aqui
reside. Obviamente, elas
aí estão para despertar
o que há de pior em
matéria de valores na
alma das criaturas.
Contudo, a inapropriada
nutrição dos Espíritos
ora encarnados também se
dá por outras vias tão
ou mais infelizes. É o
caso daqueles que
empregam a sua
inteligência à
elaboração de golpes
soezes, especialmente
através de dispositivos
eletrônicos como e-mails
ou mensagens
transmitidas pelo
WhatsApp, sem mencionar
sites fantasmas que
abusam da boa-fé humana.
Esses implacáveis
golpistas se alimentam
da desgraça dos
semelhantes, não lhes
importando se surrupiam
economias duramente
poupadas pelas suas
vítimas. Há, ainda, os
que se utilizam de uma
conversa altamente
eloquente, passível de,
por assim dizer,
“hipnotizar” as suas
vítimas, que não se
apercebem das teias da
maldade que as envolvem.
Os mais violentos, no
entanto, se alimentam de
planos sinistros contra
os seus oponentes e
desafetos ou para roubar
o patrimônio público e
privado. Na execução de
suas ações macabras, não
se incomodam em tirar,
sem a menor necessidade
ou pelo simples prazer,
a vida de outros. No
mesmo diapasão, vemos
hoje as milícias
constituídas de
indivíduos perversos
ocupando importantes
áreas das cidades
brasileiras. No seu
mister famigerado
elaboram toda a sorte de
negócios escusos dos
quais vivem para
explorar e sugar os mais
desassistidos pelo poder
público.
Os que vendem armas e
drogas, por fim,
obsidiam (em vida)
outros tão infelizes
quanto eles próprios.
Pode-se dizer que se
nutrem literalmente da
desgraça alheia. Assim,
enfim, caminha uma parte
considerável da
humanidade,
aparentemente anêmica de
bons pensamentos e
ideais nobres.
Todavia, há um alimento
altamente sadio ao
Espírito humano de há
muito disponibilizado
pelo Criador em nosso
favor. Refiro-me aos
ensinamentos de Jesus,
que nos dão com notável
clareza o caminho a
seguir para uma vida
plena e realizadora.
Sendo assim, o Mestre
nos trouxe o alimento
mais puro que poderíamos
consumir, ou seja, o seu
evangelho de luzes e
diretrizes cordatas para
que o Espírito humano
brilhe com absoluta
intensidade um dia. Sua
mensagem maviosa, mas ao
mesmo tempo firme e
objetiva, sacia a fome
das almas desejosas por
alcançar o lídimo desejo
de felicidade. Suas
propostas
transformadoras nos
conclamam ao
autoconhecimento e à
automelhoria, mecanismos
vitais ao nosso
reencontro com Deus.
Por tudo isso, o ser
humano não está
deserdado em suas
necessidades mais
prementes. Falta-lhe,
sim, absorver com denodo
o alimento proporcionado
por aquele que se
intitulou como “o pão
vivo que desceu do céu”
(João, 6: 51).
Essencialmente, Jesus
trouxe o maná celestial
para os nossos Espíritos
ainda claudicantes nas
resoluções voltadas ao
bem. Sendo assim,
tenhamos a sabedoria de,
nessa época insana na
qual impera o mal e a
negligência por toda
parte, de nos
“alimentar” com valores
e virtudes que nos
trarão paz e serenidade.
Jesus legou um banquete
de luz aos nossos
Espíritos ainda
propensos às viciações e
desvios. Saibamos,
então, consumi-lo com a
vontade sincera dos
nossos corações.