Natural do Rio de Janeiro (RJ) e ora residente
em Trumbull, no estado de Connecticut, Estados
Unidos, Marcelo Backx Cabral (foto) é
Engenheiro Mecânico, Plant Manager, e nas lides
espíritas participa da SER - Sociedade Espírita
Renascer, da qual é o atual presidente. Nesta
entrevista ele nos fala sobre sua iniciação no
Espiritismo e, entre outros assuntos, sobre sua
experiência como trabalhador espírita nos
Estados Unidos.
Como e quando se tornou espírita?
Meus primeiros conceitos de espiritualidade
foram introduzidos pela minha avó Helena, quando
eu era criança. Mas somente por volta do ano
2000, logo após a chegada aos Estados Unidos, é
que comecei a fazer o evangelho no Lar
semanalmente. Em um encontro “casual” com um
amigo espírita fui convidado a participar de um
evento espírita e logo depois fui apresentado às
atividades da casa espírita SER, que funcionava
então no porão de uma das fundadoras. Foi aí que
me envolvi profundamente com o estudo da
doutrina espírita.
O que mais lhe chama atenção na doutrina
espírita?
O esclarecimento da verdade. Sempre tive muita
dificuldade de entender os ensinamentos da
Bíblia, mesmo tendo estudado em colégio católico
por vários anos. Ao começar os estudos da
doutrina espírita os conceitos fizeram sentido
na minha vida. Estudar as parábolas de Jesus sob
a luz da doutrina espírita, relacionando-as com
as Leis Divinas estudadas n’ O Livro dos
Espíritos, trouxe um significado muito
grande na minha vida, como se fosse um amanhecer
clareando o propósito da minha existência.
Como se deu sua mudança do Brasil para os
Estados Unidos?
Trabalhava numa empresa sediada em São
Paulo-capital na área de desenvolvimento de
produtos, quando fui convidado para participar
de um projeto em conjunto com outra empresa nos
Estados Unidos. Ao término do projeto, fui
convidado a trabalhar nessa empresa sediada em
Connecticut, efetuando assim a minha mudança
para o Estados Unidos.
Estando lá, como ocorreu sua integração com o
grupo espírita?
O grupo já estava formado. Era um grupo singelo
formado por brasileiros. Minha esposa e eu
começamos a frequentar as reuniões públicas e
pelo fato de sermos brasileiros num país
estrangeiro acabamos formando laços de amizades
com os integrantes da casa, ao mesmo tempo em
que eu me envolvia com os trabalhos do grupo.
Fale-nos sobre as atividades da Sociedade
Espírita Renascer.
O grupo tem crescido bastante durante todos
esses anos graças aos trabalhadores dedicados à
causa e à casa espírita. Hoje a SER promove
vários cursos e estudos doutrinários e já
conseguiu adquirir a sede própria. A casa tem
focado não só no conhecimento intelectual da
doutrina espírita, mas buscado refletir para que
possamos sentir o evangelho em nossos corações.
Olhando para trás, o que a experiência vivida
lhe indica atualmente?
O atual movimento espírita nos Estados Unidos
começou, em sua maior parte, com o trabalho de
espíritas vindos do Brasil. Hoje em dia, com a
união dos trabalhadores de vários centros
espíritas, o movimento está muito mais
fortalecido e coeso. Entretanto, o movimento
espírita no país é ainda muito pequeno quando
comparado com o movimento espírita no Brasil.
Temos anualmente vários eventos regionais
promovidos pelos centros espíritas e federações.
Uma grande ênfase é dada à evangelização
infantil, visto que essa geração de americanos,
filhos de brasileiros, é que vai dar
continuidade ao movimento espírita no futuro.
De suas lembranças do trabalho até aqui
realizado, qual fato é para você o mais
marcante?
Quando as casas espíritas da região do TriState
(Connecticut, New Jersey e New York) resolveram
formar uma federação com o objetivo de unificar
e fortalecer o movimento espírita local, nasceu
a TriState Spiritist Federation. Esse fato é
para mim o mais marcante.
Neste momento, com a experiência da pandemia, o
que a virtualidade acrescentou a esse trabalho
todo?
A pandemia teve um impacto tanto na parte
operacional da SER quanto de foro íntimo. O
centro teve suas atividades presenciais
transferidas para a forma virtual, o que acabou
expandindo a possibilidade de interação com
outras pessoas no Brasil e no mundo. Com relação
às questões de foro íntimo, fomos convidados a
desenvolver virtudes como a fé, a humildade, a
mansidão, o entusiasmo e tantas outras para
administrar os desafios na parte social,
familiar e profissional, e assim crescermos como
espíritos imortais que somos.
Algo mais que gostaria de acrescentar?
Somente gostaria de prestar a minha gratidão por
essa oportunidade de dividir um pouco do que se
passa no movimento espírita da nossa região e
ressaltar que essas fronteiras geográficas não
limitam a nossa interação e auxílio mútuo.
Suas palavras finais.
A minha eterna gratidão por todas essas
experiências na minha vida, tanto as felizes
quando as desafiadoras. Sinto quanto cresci
dentro delas. Antes de adentrar-me nos estudos
da doutrina espírita meus objetivos de vida eram
um tanto distorcidos com relação à busca da
felicidade, e hoje sinto que foram
ressignificados e busco com muito amor a
verdadeira felicidade em meu coração. Agradeço
imensamente a Deus, a Jesus, aos benfeitores
espirituais, aos amigos e principalmente à minha
esposa Simone e às minhas filhas Isabella e
Gabriella, que me deram e dão um grande suporte
em todas essas vivências.
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