Nos problemas da posse
“Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que
nada podemos levar dele.” Paulo (Timóteo, 6:7.)
Não encarceres o próprio Espírito ao apego aos
patrimônios transitórios do plano material que, muitas
vezes, não passam de sombra coagulada em torno do
coração.
Observa o infortúnio de quantos se agrilhoaram à paixão
da posse, nos territórios do sentimento. Muitos não se
contentaram com a própria ruína, convertendo os
semelhantes em vítimas dos desvarios a que se confiaram,
insanos.
Supunham-se donos das criaturas que amavam e, ante os
primeiros sinais de emancipação a que se mostraram
dispostas, não vacilaram em abatê-las sob golpe
homicida.
Julgavam-se proprietários absolutos de bens passageiros
e transformaram as lágrimas dos órfãos e das viúvas em
cadeias de fome e vínculos da morte.
Presumiam-se mandantes exclusivos da autoridade e
fortaleceram o império da violência.
Superestimavam os próprios recursos e, enceguecidos na
megalomania do poder transviado, agravaram, junto de si,
os perigos da ignorância e os processos de crueldade.
Todos eles, porém, dominados pelo orgulho, despertaram,
desorientados e infelizes, nas trevas que amontoaram em
si mesmos, com imenso trabalho a fazer para a própria
libertação.
Usa as possibilidades da vida, sem a presunção de te
assenhoreares daquilo que Deus te empresta.
Nessa ou naquela vantagem efêmera, que te felicite o
caminho entre os homens, recorda, com o Apóstolo Paulo,
que os Espíritos reencarnados não trazem consigo
quaisquer propriedades materiais para este mundo e
manifesto é que nenhuma delas poderão levar dele.
Do livro Palavras de Vida Eterna, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
|