Antes de
partir, você já pensou o
que quer…
A vida é nobre e
precisamos vivê-la, pela
graça que recebemos de
Deus.
Meu amigo Jorge Sabino
de Figueiredo sentia o
coração alterado e
estava cheio de
esperança para que a
cirurgia a que seria
submetido o levasse ao
reequilíbrio, aos 65
anos de idade.
Jorge era casado com
Maria José de Camargo
Figueiredo, e ambos se
dedicavam ao bem do
próximo, agora
aposentados, trabalhando
como voluntários junto à
Adusmec.
Não resistiu à cirurgia
e retornou à vida
espiritual no dia 3 de
setembro de 2020. Deixa
saudades pela amizade e
bem que fez, e temos
certeza de que, de
coração renovado, vai
continuar a servir à
causa do próximo.
Estávamos em setembro,
todos propagando que
esse é o mês da
prevenção ao suicídio,
quando muitos aflitos e
enfermos da alma se
despedem do corpo em
atitudes brutais.
Nessa hora tem gente que
se revolta porque Deus
não coloca cabresto em
tudo. Queriam tudo
controlado pelo poder do
Altíssimo, para só
ocorrer o bem.
Tem gente que acredita
que Deus cuida de tudo.
Até citam o Salmos 23:1:
“O Senhor é meu pastor e
nada me faltará...”.
Claro que o Ser Soberano
que nos dá vida
graciosamente também nos
dá o livre-arbítrio. E a
vida vai nos ensinando
que nada nos faltará de
bom se nos dedicarmos a
fazer o bem, e de
sofrimento, se fizermos
o mal. É a lei de
retribuição ou de
retorno. Conforme
afirmou Jesus: “A cada
um segundo suas obras”.
No site do Jornal
Metrópoles, de Brasília,
a jornalista Leilane
Menezes conta
emocionante história de
um adolescente que
queria viver e que,
quando soube que não
seria possível continuar
nessa dimensão, pediu
duas coisas: um lanche
do McDonald’s e um
carrinho de controle
remoto que custava
próximo de 1 mil reais e
que sua mãe não tinha
condições de comprar.
Lucas Rodrigues saboreou
o sanduíche acompanhado
de batatas fritas e
refrigerante, ao lado da
mãe, Claudinete
Rodrigues, que, aos 15
anos de idade dele, o
devolveu à Vida Maior,
dizendo: “Deus me
emprestou o Lucas para
eu cuidar. Chegou a hora
de devolvê-lo”.
Lucas Rodrigues, aos 12
anos, sentiu fortes
dores na perna esquerda.
Descobriu tumores no
fêmur. De repente, não
podia mais jogar
futebol, subir em
árvores ou ir à escola.
Passou de hospital em
hospital, até encontrar
atendimento. Foram 3
cirurgias, muitas
sessões de químio e
radioterapia. Até que,
aos 15 anos, o câncer
teve metástase – o que
significa que a doença
se espalhou por vários
pontos do corpo.
Com as opções de
tratamento esgotadas,
entrou para a categoria
de pacientes em cuidados
paliativos. Ia aos
hospitais de Brasília
para tomar morfina e
fazer terapias que
amenizassem a dor. Nos
outros dias, sentava-se
por breves momentos na
porta de sua casa, no
Jardim Ingá, em
Luziânia, encarando a
rua sem asfalto onde
meninos como ele jogavam
bola e corriam. “É muito
triste pensar no resto
da vida e o tempo ser
tão pouco”, dizia.
Muitas vezes, Lucas
relutou ao ter alta no
hospital. Não queria
voltar para casa, pois a
pobreza o esperava. “O
banheiro vive estragado,
meu quarto não tem porta
ou forro no teto. Se
chove, alaga. No
hospital eu fico
melhor”, dizia, para
tristeza da mãe, que tem
outros 11 filhos e
nenhum emprego.
O menino sonhava em ser
engenheiro mecânico. Não
conseguiu terminar o
ensino fundamental, por
conta da doença...
Arnaldo
Divo Rodrigues de
Camargo é diretor da
Editora EME.