Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

Ensine frugalidade à criança


A orientação inicial que alguém recebe da educação também marca a sua conduta ulterior
. Platão


Os hábitos adquiridos na infância tendem a nos acompanhar vida afora. Uma criança que é ensinada, desde cedo, a ter uma vida frugal, minimalista, será certamente um adulto mais feliz e equilibrado financeiramente.

Há certas atitudes que incentivam a criança a treinar a frugalidade. E o que farei aqui será apenas mencionar algumas sugestões que favoreçam a educação financeira e um estilo de vida  minimalista:

Ensine pelo exemplo

Seja controlado nos gastos e procure levar uma vida frugal, evitando compras desnecessárias, gastos excessivos ou desperdício. Ser um consumidor consciente serve de modelo importante para a criança. Viva dentro de seu orçamento, e poupe dinheiro. Pais que reciclam, que fazem consertam objetos, além do aspecto financeiro, educam os filhos do ponto de vista ambiental, evidenciando o respeito pelos recursos de um planeta finito.

Não remunere seu filho pelo cumprimento de suas obrigações

Faz parte da rotina da criança estudar, fazer os deveres da escola, tirar boas notas, comportar-se bem e cooperar com as tarefas domésticas. É antipedagógico, portanto, remunerar uma criança porque ela tirou uma boa nota na escola…

Dê à criança um cofrinho de presente

Inicialmente, dê a criança um cofrinho com algumas moedas para ele iniciar suas economias. Deixe combinado que ele não poderá retirar o dinheiro até que o cofrinho esteja cheio. Minhas filhas usaram o cofrinho até os 6 anos, depois passei a lhes dar uma mesada. Atualmente a caçula, com 11 anos, ganha uma mesada.

Dê à criança uma semanada/mesada

Qual é a idade ideal para mesadas? A partir dos 6 anos já é possível começar com a mesada e, na verdade, “semanada”, pois um mês é tempo longo demais para quem ainda está na primeira infância. O importante não é o valor, mas sim a constância. Cumpra com o prazo determinado. Especialistas apontam que sejam dadas, aos menores de 6 anos, apenas algumas moedas, sempre que possível. Aos maiores, o ideal é 1 real para cada ano de vida, por semana. Adapte o valor às suas condições.

Permita que a criança gaste parte da mesada com o que ele quiser

A mesada pertence à criança. Ela precisa treinar escolhas, errar, acertar. O que você pode fazer em relação à mesada? Estimular a frugalidade e persuadir a criança a guardar uma parte da mesada. Minha filha, por exemplo, costuma mais poupar que gastar. Ou seja, aos 11 anos, é adepta de um estilo de vida minimalista.

Ensine o valor do trabalho

Desde cedo a criança precisa entender que há uma relação intrínseca entre remuneração/dinheiro e trabalho. Explique ao seu filho sobre a sua profissão, salário/rendimentos. Ajude-o a entender que o dinheiro “não cai do céu”, mas surge de um cotidiano (feliz) de trabalho, dedicação, esforço… Sempre que seja possível, dê  ao seu filho tarefas que fogem da rotina da casa e pague a ele por isso.

Em nossa época, ensinar os filhos a serem inteligentes com o dinheiro e adotar um estilo de vida frugal, minimalista, é uma obrigação. Além disso, as crianças precisam de limites para poderem adaptar-se ao mundo em que lhes caberá viver. Sem dúvida, serão os minimalistas os mais adaptáveis à adoção de um  processo decisivo de redução da pegada global, pois disso dependerá o bem-estar da humanidade.


Notinha

Muito se fala sobre minimalismo. Esse conceito tem-se tornado cada vez mais recorrente e muitas pessoas se identificam como minimalistas, felizmente. Inicialmente, o termo se referia a manifestações artísticas e culturais que ocorreram em distintos momentos do século XX. Elas orientavam utilizar apenas o mínimo de elementos estruturais como forma de expressão da arte e da comunicação. Todavia, com o tempo, esse conceito também foi incorporado a outras áreas da expressão humana e se transformou em um estilo de vida. O estilo de vida minimalista procura diminuir drasticamente os níveis de consumo, adquirindo o indivíduo somente os objetos necessários para uma vida plena. E, além disso, os adeptos do minimalismo priorizam uma vida mais simples e focada em seus reais interesses, realização pessoal e autonomia, cientes de que “menos é mais”.

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita