Ensine frugalidade à criança
A orientação inicial que alguém recebe da educação
também marca a sua conduta ulterior.
Platão
Os hábitos adquiridos na infância tendem a nos
acompanhar vida afora. Uma criança que é ensinada, desde
cedo, a ter uma vida frugal, minimalista, será
certamente um adulto mais feliz e equilibrado
financeiramente.
Há certas atitudes que incentivam a criança a treinar a
frugalidade. E o que farei aqui será apenas mencionar
algumas sugestões que favoreçam a educação financeira e
um estilo de vida minimalista:
Ensine pelo exemplo
Seja controlado nos gastos e procure levar uma vida
frugal, evitando compras desnecessárias, gastos
excessivos ou desperdício. Ser um consumidor consciente
serve de modelo importante para a criança. Viva dentro
de seu orçamento, e poupe dinheiro. Pais que reciclam,
que fazem consertam objetos, além do aspecto financeiro,
educam os filhos do ponto de vista ambiental,
evidenciando o respeito pelos recursos de um planeta
finito.
Não remunere seu filho pelo cumprimento de suas
obrigações
Faz parte da rotina da criança estudar, fazer os deveres
da escola, tirar boas notas, comportar-se bem e cooperar
com as tarefas domésticas. É antipedagógico, portanto,
remunerar uma criança porque ela tirou uma boa nota na
escola…
Dê à criança um cofrinho de presente
Inicialmente, dê a criança um cofrinho com algumas
moedas para ele iniciar suas economias. Deixe combinado
que ele não poderá retirar o dinheiro até que o cofrinho
esteja cheio. Minhas filhas usaram o cofrinho até os 6
anos, depois passei a lhes dar uma mesada. Atualmente a
caçula, com 11 anos, ganha uma mesada.
Dê à criança uma semanada/mesada
Qual é a idade ideal para mesadas? A partir dos 6 anos
já é possível começar com a mesada e, na verdade,
“semanada”, pois um mês é tempo longo demais para quem
ainda está na primeira infância. O importante não é o
valor, mas sim a constância. Cumpra com o prazo
determinado. Especialistas apontam que sejam dadas, aos
menores de 6 anos, apenas algumas moedas, sempre que
possível. Aos maiores, o ideal é 1 real para cada ano de
vida, por semana. Adapte o valor às suas condições.
Permita que a criança gaste parte da mesada com o que
ele quiser
A mesada pertence à criança. Ela precisa treinar
escolhas, errar, acertar. O que você pode fazer em
relação à mesada? Estimular a frugalidade e persuadir a
criança a guardar uma parte da mesada. Minha filha, por
exemplo, costuma mais poupar que gastar. Ou seja, aos 11
anos, é adepta de um estilo de vida minimalista.
Ensine o valor do trabalho
Desde cedo a criança precisa entender que há uma relação
intrínseca entre remuneração/dinheiro e trabalho.
Explique ao seu filho sobre a sua profissão,
salário/rendimentos. Ajude-o a entender que o dinheiro
“não cai do céu”, mas surge de um cotidiano (feliz) de
trabalho, dedicação, esforço… Sempre que seja possível,
dê ao seu filho tarefas que fogem da rotina da casa e
pague a ele por isso.
Em nossa época, ensinar os filhos a serem inteligentes
com o dinheiro e adotar um estilo de vida frugal,
minimalista, é uma obrigação. Além disso, as crianças
precisam de limites para poderem adaptar-se ao mundo em
que lhes caberá viver. Sem dúvida, serão os minimalistas
os mais adaptáveis à adoção de um processo decisivo de
redução da pegada global, pois disso dependerá o
bem-estar da humanidade.
Notinha
Muito se fala sobre minimalismo. Esse conceito tem-se
tornado cada vez mais recorrente e muitas pessoas se
identificam como minimalistas, felizmente. Inicialmente,
o termo se referia a manifestações artísticas e
culturais que ocorreram em distintos momentos do século
XX. Elas orientavam utilizar apenas o mínimo de
elementos estruturais como forma de expressão da arte e
da comunicação. Todavia, com o tempo, esse conceito
também foi incorporado a outras áreas da expressão
humana e se transformou em um estilo de vida. O
estilo de vida minimalista procura diminuir
drasticamente os níveis de consumo, adquirindo o
indivíduo somente os objetos necessários para uma vida
plena. E, além disso, os adeptos do minimalismo
priorizam uma vida mais simples e focada em seus reais
interesses, realização pessoal e autonomia, cientes de
que “menos é mais”.
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