[...] Não te incomodes, meu caro amigo, com os “boatos
da confusão”. [...] Em Belo Horizonte, amigos nossos em
doutrina proclamaram de público que o “Chico Xavier não
passa de uma propriedade da Federação”, outros me
escrevem me perguntando “qual foi o preço pelo qual me
vendi a ela”. Confrades da própria Bahia costumam
escrever-me, começando assim: “Prezado amigo Chico
Xavier, você que se enriqueceu com a literatura
mediúnica, envie-nos tanto para auxiliar-nos nisto ou
naquilo”. Muitos me indagam sobre os “preços de meu
contrato mediúnico com a Federação” e alguns irmãos aí
do Rio, quase que semanalmente, me escrevem em termos
ásperos, acusando-me de estar vendido à Casa de Ismael.
A princípio, incomodava-me, hoje, porém, deixo que digam
o que quiserem. E isto ainda me serve de confortadora
advertência, porque se muitos dos nossos companheiros de
crença não podem compreender a amizade de um médium a
uma instituição venerável como a Federação, que esperar
dos nossos inimigos gratuitos? Temos de ouvir-lhes as
leviandades, receber-lhes os golpes e seguir para a
frente.(Carta
de Chico Xavier ao então presidente da FEB.)
Conforme Suely Caldas Schubert, Chico Xavier em correspondência
a Wantuil de Freitas recomenda não se importar com os “boatos da
confusão”. E relaciona algumas das leviandades e agressões com
as quais estava sendo “presenteado” pelos confrades. São tão
absurdas que, realmente, não há nada a ser comentado sobre o
teor dessas acusações. Mas disso ressuma preciosa lição. Não
apenas para os médiuns, mas para quantos trabalham na seara do
Bem. Em toda parte e em todos os tempos, observamos que os
obreiros do Senhor conhecem de perto as tribulações e
perplexidades sob as mais variadas formas, por permanecerem
fiéis. Que não nos deixemos abater pelas tribulações e pelas
surpresas dolorosas. Importa é perseverar no Bem. Esta a lição
que Chico Xavier nos transmitiu.
Do livro Testemunhos de Chico Xavier, de Suely Caldas
Schubert.
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