Histogênese perispiritual
O perispírito é o mais importante produto do
fluido cósmico
Sobre o perispírito, Kardec perguntou aos
Benfeitores Espirituais: "de onde tira o
Espírito o seu invólucro semimaterial?", obtendo
a seguinte resposta: "(...) do fluido universal
de cada globo, razão por que não é idêntico em
todos os mundos. Passando de um mundo a outro, o
Espírito muda de envoltório, (de perispírito)
como mudais de roupa”. (1)
Podemos entender o perispírito como um campo
energético adaptador, isto é, uma espécie de
argamassa de energia com propriedades "sui
generis" que lhe dão a possibilidade de unir a
matéria sutil (Espírito) à matéria densa (corpo
físico). Segundo Kardec, o perispírito é “agente
de transmissão” entre o corpo físico e o
Espírito e vice-versa. Portanto, sem ele não
haveria como existir união corpo-espírito.
O perispírito é formado por "camadas
energéticas" que se mesclam em suave "dégradé" à
semelhança das cores do arco-íris, onde temos a
"aura" a caracterizar a parte mais externa.
O perispírito identificado desde o Egito antigo
como "Kha" ou “Bai” e na Grécia como "Eidôlon"
ou “Ochéma” foi intitulado, por Paracelso, como
"corpo sidéreo" ou “Evestrum”; pelo Vedanta: “Mano-Maya-Kosha”;
pelo Budismo Esotérico: “Kama-Rupa”; pela Cabala
Hebraica: “Rouach”; pelo Tradicionalismo Latino:
“Ímago”; pelo Tradicionalismo Chinês: “Khi”;
neognósticos: “Aerossoma”; filósofos persas: “Férouer”;
por Pitágoras: “Carne Sutil da Alma”; por
Aristóteles: “Corpo Sutil e Etéreo”; por
Leibnitz: “Corpo Fluídico”; por Lepage Renour:
“Duplo”; pelos hindus: “Linga Sharira”; pelos
hebreus: “Néphesph”; pelo filósofo Cudworth:
“mediador plástico”; pelos homens primitivos:
“Corpo-Sombra”; Paulo denominou-o: “Corpo
Espiritual”; os investigadores de Baraduc o
conheciam como: “Somod”; pelos ocultistas,
teosofistas, hermetistas e alquimistas como
“Corpo Astral”; os cientistas russos: “Corpo
Bioplasmático”; no Zend Avesta: “Baodhas”; os
neoplatônicos da escola de Alexandria: “Astroeidê”.
Outros pesquisadores deram-lhe dezenas de outras
denominações... Allan Kardec, porém, foi mais
feliz ao criar o neologismo "perispírito", que
dá - etimologicamente - uma noção mais adequada
desse componente.
Ensina, ainda, o Mestre Lionês: "o perispírito
ou corpo fluídico dos Espíritos é um dos mais
importantes produtos do fluido cósmico; é uma
condensação desse fluido em torno de um foco de
inteligência ou alma". (2)
Em oportunas ilações, o Dr. Jorge Andréa
afirmou: "(...) dia virá em que o mapa
cromossomial estará bem definido, ao lado do
perispírito que lhe dá orientação. Nesse
contexto, a civilização humana terá deixado o
seu passado de interesses e egoísmos menos
felizes, responsáveis pelos limitados horizontes
do conhecimento. O trabalho digno possui
universalidade e será de todos, jamais
restritivo a grupos onde vicejam interesses
mórbidos. A colaboração equilibrada de todos,
navegando na concórdia e na paz, conduzirá a
civilização aos horizontes do conhecimento.
A conquista científica autêntica, que hoje
vislumbramos, só se dará se houver o
acompanhamento de educação e moralização
integral do ser humano. Nessas condições, novas
dimensões de vida se mostrarão à espécie humana,
de modo especial no setor espiritual, que
permitirão a dignificação do conhecimento, sem
agressões e com bastante amor, por onde o
afluente da fraternidade poderá desembocar no
caudaloso e grande mar da sabedoria..."
Embora a histogênese perispiritual, bem como o
princípio das coisas, esteja no âmbito dos -
ainda - segredos de Deus, podemos aprender muito
sobre o perispírito com Kardec, que faz um
ensaio teórico da sensação nos Espíritos, mais
precisamente na questão de número 257 de “O
Livro dos Espíritos”. Portanto, vale a pena
fazer uma atenciosa e profunda pesquisa nesta
questão para aprofundarmos o conhecimento deste
importante componente de nossas vidas que nos
acompanhará para sempre através dos tempos: o
perispírito!
1 - Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos.
88. ed. Rio
[de Janeiro]: FEB, 2006, q. 94.
2 -
Kardec, Allan. A Gênese. 43. ed. Rio
[de Janeiro]: FEB, 2003, cap. XIV, item7.