Um minuto
com Chico Xavier

por Regina Stella Spagnuolo

   

Numa tarde, uma mulher desesperada chegou ao escritório e foi barrada pelo patrão de Chico Xavier no meio do caminho. Para despachar a visita, ele garantiu que seu empregado estava em casa. A mulher foi até lá e recebeu a informação verdadeira: Chico estava no emprego. Irritada, ela voltou à Fazenda e ouviu outra mentira: o datilógrafo tinha saído a serviço. Após resmungar um palavrão, desapareceu batendo os saltos no chão. À noite, foi a primeira a entrar no Centro Espírita Luiz Gonzaga. Nem pensou duas vezes. Avançou contra Chico Xavier e encheu seu rosto de bofetões. Com a voz e as mãos trêmulas, berrou:

– Está pensando que tenho tempo para andar atrás de você para cima e para baixo? Vá já para aquela sala. Você vai me dar um passe agora, cachorro.

Chico ficou paralisado. Não conseguiria ajudar ninguém. Precisava estar calmo para transmitir energia positiva. Emmanuel apareceu com mais um conselho:

– Converse com ela, mostre compreensão.

Ainda com o rosto ardendo, ele tomou fôlego e começou a se desculpar:

– A senhora me perdoe por ser uma pessoa tão ocupada. Não pude atendê-la em meu emprego porque meu chefe não permite. A senhora compreende. Estou ali para servir à empresa que me paga. Não posso ser demitido porque tenho irmãos para ajudar. A mulher começou a chorar, Chico voltou ao normal e obedeceu à ordem. Quando ela virou as costas, ele perguntou ao seu companheiro invisível se não teve razão de ficar irritado.

– Você está com a razão, mas ela está com a necessidade – disse-lhe Emmanuel.

Então, para se acalmar, ele se lembrou de um dos mandamentos ouvidos de Emmanuel:

– Sua missão é formar livros e leitores. Formar leitores é suportar suas exigências, sem censuras. Formar livros é se esquecer de você [...].

 

Do livro As vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita