Feliz no céu com pais e filhos no
inferno?
Os teólogos cristãos antigos, medievais e muitos de
hoje, ao ensinarem as penas cruéis de Deus, para punirem
nossas faltas, erraram, pois elas são incompatíveis com
Deus Pai e Mãe de todos nós, o qual tem misericórdia e
amor infinitos para com todos nós. E elas, por serem
sempiternas ou sem fim, são mais uma agravante que
destoa totalmente com relação aos atributos de perfeição
infinita de Deus.
Mas eles acabaram usando erradamente o adjetivo
‘eternas’ (indefinidas) como sendo para sempre e que,
nesse sentido errado entrou em nossa língua e outras.
Erradas, porque elas foram tradução errônea da palavra
grega “aionios” que significa tempo indefinido, e não,
sem fim. A palavra certa em português para o sentido
errado deles seria sempiternas, no grego: “ateleioteos”,
em latim “sempiternus” e, em hebraico “ôlam”. E,
certamente, esse erro foi por causa das polêmicas dos
teólogos sobre esse assunto. Mas como vimos, até valeu
esse erro, pois, eterno (“aionios”), repetimos, é tempo
indefinido e não sem fim!
Falo isso para os professores de futuros padres,
pastores e os que gostam de se aprofundar nesses
assuntos de religião como eu. E cabe-nos o dever de
levar aos outros a verdade. Mas, para isso, é preciso
muita humildade para aceitar que os teólogos do passado
e de hoje, respectivamente, cometeram e cometem ainda
erros que devem ser corrigidos, para que as Igrejas
Cristãs, principalmente a Católica, se tornem vitoriosas
na instalação do Reino de Deus em nosso planeta. Errar é
humano, só Deus é infalível. Jesus mesmo não sabia tudo.
Por exemplo, Ele afirmou que não sabia quando seria o
final dos tempos, dizendo que só Deus o sabe (São
Mateus, 24:36). E é de conhecimento geral que errar é
humano, sendo, pois, normal, e que o anormal e errado
mesmo é permanecer no erro!
E perdoe-me o grande São Tomás de Aquino, de quem
discordo por ter dito que os salvos nos Céus se alegram
ao verem os condenados sofrendo no Inferno. Ora, quem
passou pela porta estreita, símbolo da salvação ou
libertação, é porque já conseguiu vivenciar de fato o
Evangelho do Mestre Maior, praticando realmente o amor a
Deus e ao próximo como a si mesmos. Poderiam esses já
salvos ou libertos involuírem? Não. E quem sabe se São
Tomás foi obrigado a defender tal ideia por outros
teólogos oficiais da Cúpula Romana? Ele tinha medo da
Inquisição que estava no seu clímax, naquela época
(Século 13). E ele era muito observado pelo seu grande
talento e influência sobre os teólogos do seu tempo.
Porém, se admitirmos como certa essa ideia de São Tomás
de Aquino seguida pelas Igrejas Cristãs e ainda por
parte de fiéis da Igreja Católica, temos que admitir
também que o amor finito dos pais e mães terrenos é
maior do que o infinito de Deus. E isso seria o absurdo
dos absurdos!
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