A questão acima é um dos assuntos tratados na
entrevista que nosso companheiro Hélio Dias da
Silva (foto), de Uberlândia (MG), nos
concedeu. Natural da cidade goiana de Buriti
Alegre, ele reside atualmente em Uberlândia
(MG), onde participa e é membro do Conselho
Deliberativo do Centro Espírita União Cristã
Allan Kardec, além de colaborador da Web Rádio
Fraternidade. Na emissora, é responsável pela
produção, edição e apresentação do programa
“Momento de Oração”, apresentado de 2ª a 6ª
feira, às 18 horas, com atendimento de pedidos
de preces de várias partes do Brasil e do
exterior.
A seguir, a entrevista que ele gentilmente nos
concedeu:
Quando teve contato com o Espiritismo?
Desde minha infância sempre convivi com o nome
“Espiritismo”, pois meus pais eram espíritas,
embora não fossem frequentadores de nenhuma casa
espírita em particular e nunca me tivessem
levado a um centro espírita. Em Goiânia, onde
morei de 1954 a 1957, procurei por conta própria
um centro espírita, no qual tomei conhecimento
dos primeiros ensinamentos ministrados pelos
Espíritos e tive a oportunidade de participar
das atividades da Mocidade Espírita Paulo de
Tarso e da conhecida Campanha da Fraternidade
Auta de Souza.
De suas lembranças no trabalho espírita, qual
você considera mais marcante?
São tantas as lembranças agradáveis que tive
nestes longos anos de vivência espírita, mas
uma, em particular, foi muito marcante em minha
vida, quando entrevistei para uma rádio local o
médium Francisco Cândido Xavier, em sua visita a
cidade de Ituiutaba, onde ele recebeu o título
honorário de cidadão ituiutabano. Nessa época eu
pressionava minha falecida esposa a fazer
ligadura de trompas, pois já era pai de 4 filhos
e não queria ter mais filhos, devido às
dificuldades financeiras que enfrentava na
época. Minha esposa foi falar com o Chico sobre
o assunto e ouviu dele o seguinte conselho: “Não
faça isso agora, minha filha, espere mais um
pouco”, e daí a alguns dias ela engravidou e
dessa gravidez nasceu minha filha Sayonara, que
hoje me acolhe em sua casa, não só como filha,
mas como mãe cuidadosa e amorosa, zelando pelo
pai, em sua velhice.
Que autores espíritas mais lhe agradam?
Todos os autores espirituais das obras
psicografadas por Chico Xavier, as obras básicas
de Allan Kardec, Léon Denis, Camille Flammarion,
Yvonne do Amaral Pereira, Zilda Gama e outros
tantos, sobretudo os autores clássicos.
O advento da internet facilitou bastante a
divulgação espírita. Considera que a temos usado
adequadamente?
Realmente, a internet foi uma revolução nas
comunicações sociais, facilitando muito a
divulgação do Espiritismo, mas trouxe também uma
certa acomodação ao nosso movimento, pois muitos
companheiros, principalmente em tempos de
pandemia, ficam em casa falando de Espiritismo
através de lives, achando isso o
suficiente para cumprir todos os seus deveres de
espírita.
Que formas de divulgar a doutrina espírita
abrange melhor as pessoas?
A do acolhimento fraternal, pois como diz André
Luiz num de seus livros: “Se o Cristo brilha no
ensino sublimado, Ele resplandece na
demonstração”.
O que é, para você, a Web Rádio Fraternidade?
Um centro espírita virtual que fala de
Espiritismo as 24 horas do dia.
Você pode citar alguns momentos que mais o
emocionaram nas atividades da Rádio
Fraternidade?
Foram vários esses momentos, mas cito sim os das
transmissões que fizemos dos congressos I CEU,
II CEU, IV CEU e V CEU. As emoções ali foram
demais.
Em face dos problemas que a sociedade terrena
está enfrentando, qual deve ser a prioridade
máxima dos que dirigem atualmente o movimento
espírita?
São tantas as dificuldades... Uma delas, a falta
de fraternidade entre os próprios espíritas, a
ponto de um dia o Chico, encontrando-se com dona
Yvonne do Amaral Pereira no Rio de Janeiro,
preocupado com a situação, perguntou à nobre
senhora por que havia tanto desentendimento
entre os espíritas? Ela respondeu que também
estava preocupada e havia perguntado ao Dr.
Bezerra de Menezes se ele tinha opinião formada
sobre as atitudes pouco fraternas dos espíritas.
Eis o que o conhecido benfeitor respondeu: “Isso
acontece porque a maioria dos espíritas, com
raras exceções, são espíritos delinquentes
reencarnados”.
Essa falta de fraternidade, de compreensão entre
os espíritas, deve ser a prioridade máxima a ser
considerada por aqueles que dirigem o movimento
espírita brasileiro na atualidade, pois parece
que estamos esquecidos da orientação do Espírito
de Verdade: “Espíritas, amai-vos, este o
primeiro ensinamento; instruí-vos, este o
segundo!”
Algo mais que queira acrescentar?
Apenas agradecer a Deus pela bênção da vida e a
vocês da Revista Eletrônica O Consolador pela
oportunidade de nos dirigir aos seus inúmeros
leitores, rogando a Jesus que nos abençoe, hoje
e sempre.
Suas palavras finais.
Faço das palavras da dona Yvonne do Amaral
Pereira as minhas próprias palavras: “estudemos,
pois, a reveladora Doutrina dos Espíritos,
porque será impossível praticá-la fielmente sem
conhecer as suas bases, e amemos com aquele
sentimento superior, recomendado pelo Evangelho,
porque o resto, ou seja, tudo o mais que nos
seja proveitoso, virá até nós espontaneamente,
por acréscimo de misericórdia, sem necessidade
de indagações impertinentes aos nossos
respeitáveis Guias e sem o ridículo das
suposições que só a ignorância dos princípios
doutrinários alimenta em nossas descabidas
preocupações”.
Ave Cristo!
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