Vida e amor
Ante as provas do mundo a que a vida te lance,
Não te sintas a sós, alma querida,
O amor é a luz dos Céus, em toda parte,
Para a sustentação da própria vida.
Se algo te fere o coração ou pisa o sonho,
Não chores, nem te inclines para trás,
Ama, serve e prossegue construindo
Que o bem se te fará conforto e paz.
Fui ao campo aprender simplicidade
E admirada vi, de alma surpresa,
Que toda a evolução do homem se realiza
Pelo extremado amor da Natureza.
O Solo me explicou: — há milênios recolho
Lixo, pancadaria, lodo e estrume
Mas devo responder aos golpes recebidos
Com celeiros de pão e vagas de perfume.
A Pedreira me disse: — o martelo me oprime,
A dinamite me estraçalha e arrasa
Para doar ao homem segurança,
Na proteção de sua própria casa.
Ouvi, no subsolo, a raiz da Roseira
A esclarecer-me sem quaisquer rancores:
— Ouço dizer que tenho rosas lindas,
Mas nunca vi as minhas próprias flores.
Disse o Minério Bruto: — sei que o fogo
Purificar-me-á, de pedaço em pedaço,
Enviando-me ao corpo do Progresso
Por vínculos de apoio e nervos de aço…
Então reconheci que, em toda a Terra,
Do recurso mais nobre aos mais plebeus
A vida inteira brilha e se aprimora
Sobre o amor e o perdão da grandeza de Deus.
Do livro Seara de Fé, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.