Paz e
equilíbrio
“A minha paz vou dou, a minha paz voz deixo.” - Jesus
A todo momento escutamos pessoas dizendo que gostariam
de mudar para a praia e ficar lá só andando na
beira-mar, olhando o mar para ter Paz e, portanto,
equilíbrio. Deixar tudo para trás e buscar o que
merecem, que é tranquilidade, lazer, uma vida mais
saudável e com muito sossego.
Não há nada de errado em buscar esse conforto material,
essa vivência diferente e sem dúvida aparentemente mais
tranquila e feliz, mas devemos ficar atentos pois o ócio
é um monstro destruidor que muitas vezes nos parece
agradável e reconfortante, que vai pouco a pouco
destruindo nossa psique com pensamentos, posicionamentos
muito danosos à nossa condição espiritual, portanto ao
nosso equilíbrio. Além do mais, sempre vamos ter uma
desculpa para nos manter nesse estado, com um
crescimento material, deixando o necessário e passando
para o supérfluo, porque, com uma visão mais estreita da
vida, nos parece o melhor caminho a seguir. Essa busca
constante de conforto, com a desculpa de buscar paz e
equilíbrio, será sempre uma desculpa.
Ao lembrar da frase de Jesus: “A minha paz vos dou a
minha paz vos deixo”, não está inserida no contexto da
vida material, mas num crescimento dentro de nós, sobre
o aprendizado dos seus ensinos e a vivência desse
aprendizado, enfrentando as dificuldades que se
apresentam em nossas vidas.
A vida material abundante pode ser durante um período
algo agradável, mas, se não tomarmos cuidado, vamos nos
acomodando numa situação onde nosso ser vai
desenvolvendo um tipo de perturbação que vai exigindo
cada vez mais e mais, pois nunca estaremos satisfeitos.
A paz somente dentro de um aspecto material, confunde
com o progresso individual, que são coisas diferentes
nas nossas vidas.
Quando nossos olhos enxergam a vida numa profundidade
maior do que a temporalidade dessa existência, bem como
os compromissos assumidos na espiritualidade, nos levam
a um outro patamar de percepção, onde a paz que nos
interessa será a paz interior, mesmo estando o nosso
entorno em total descontrole. O conhecimento da
realidade da continuidade da vida, bem como uma reflexão
mais profunda dos ensinamentos de Jesus, deixa claro que
não tem nada de errado na busca de uma vida mais
tranquila, confortável e com o objetivo de paz e
equilíbrio, apenas que precisamos sentir o limite entre
necessário e o supérfluo e buscar sempre um sentido
maior para as nossas vidas.
Lembrar que a paz oferecida por Jesus não é a paz do
mundo; a verdadeira paz, que leva a um equilíbrio
profundo da alma, é a busca constante do conhecimento de
nós mesmos, as reflexões do que devemos ou não realizar,
a construção do reino de Deus dentro de coração, o
trabalho pelo próximo, por fim, as mudanças íntimas que
a Doutrina Espirita não se cansa de advertir.
Não se fala aqui de uma vida fora da realidade,
contemplativa, mas, sim, de uma vida ativa, dentro da
possibilidade de cada um, pois essa transitoriedade da
vida pode, além de nos mostrar que o ócio é prejudicial,
como ainda, verdadeiramente, não estaremos em paz, mas
somente vamos conquistá-la com a construção do reino de
Deus dentro de nós.
A verdadeira paz é desenvolvida dentro da gente,
independentemente do local onde estivermos, com quem
estivermos, mas, sim, com o que estamos trabalhando para
essa melhoria. O que vai nos levar à paz e ao equilíbrio
sempre será o dever realizado, o pensamento elevado,
palavra construtiva e ações pautadas no bem.
Os pensamentos construtivos, a prece incessante e a ação
no bem precisam fazer parte da vida do trabalhador na
seara de Jesus.
Como disse Jesus, “Procure antes o reino de Deus e o
restante vos será dado como acréscimo”. Essa busca está
profundamente enraizada nas reflexões, reservando alguns
momentos no dia para pensar, e seguir em ações no bem.
Não existe paz nem equilíbrio sem um coração voltado
para o amor, a ajuda ao próximo, a observância da
natureza no nosso entorno.
Da mesma forma que temos os mentores procurando nos
encorajar, emitindo vibrações e pensamentos positivos
para que captemos e venhamos a seguir, existem os irmãos
infelizes procurando dificultar nossa caminhada, quando
eles encontram espaço, abertura oferecida por nós para o
desequilíbrio e, portanto, a agitação que nos retira a
paz.
Lembrar sempre o que Jesus disse sobre a paz: “A minha
paz vou dou, a minha paz vos deixo”.
Que Jesus nos abençoe hoje e sempre.
(Mensagem recebida intuitivamente do
Espírito que se denominou Irmão José.)