Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

Adultizar a criança é causar dano ao seu desenvolvimento


As pessoas educam para a competição e esse é o princípio de qualquer guerra. Quando educarmos para cooperarmos e sermos solidários uns com os outros, nesse dia estaremos a educar para a paz
. Maria Montessori


Criança tem direito à infância.

Em todas as partes, no entanto, há cada vez mais crianças que usam redes sociais como se fossem maiores de idade, que são estimuladas a se comportarem como gente grande. E essas crianças estão, na verdade, sendo profundamente prejudicadas.

De que uma criança precisa? Brincar e ser criança. Ou seja, à medida que o brincar é a linguagem central da infância, é apenas isso que precisa fazer parte do desenvolvimento de qualquer criança. Ainda, em um mundo cada vez mais dominado pela tecnologia, o espaço para a brincadeira se mostra ainda mais importante para assegurar o êxito das etapas infantis.

A criança tem acesso àquilo que seus pais lhe dão acesso. Para usar a Internet, por exemplo, ela precisa de rigorosa supervisão de pais, responsáveis e educadores. Muitas vezes os pais se preocupam em limitar o tempo de tela dos filhos, mas significativo também é saber qual conteúdo estão acessando e como lidam com o material acessado…

Os pais devem estar atentos à forma como estão lidando com os filhos pequenos e avaliar, de maneira contínua, se não estão estimulando ou contribuindo com a adultização precoce – uso de redes, maquiagem etc. Principalmente na primeira infância, é essencial que a criança tenha contato cotidiano com o mundo ao seu redor – e de preferência com os ambientes naturais e para treinar o brincar livre.

Cada criança é única e ela depende de experimentar o brincar para crescer com saúde, lembrando que brincar não significa apenas ter recreação. Trata-se da forma mais complexa de uma criança se comunicar com o mundo e consigo mesma. Em consequência, uma das melhores maneiras de estimular o desenvolvimento infantil é proporcionar um ambiente rico para brincadeiras, tanto no âmbito escolar quanto familiar, fazendo com que as crianças explorem diferentes linguagens e desenvolvam sua criatividade, imaginação e uma grande diversidade de habilidades cognitivas.

Não tire a infância da criança, porque ela terá a vida inteira para ser adulta.

 

Notinhas

Celulares não cabem na infância. No lugar de oferecer tablets ou celulares à criança, estimule-a a brincar no quintal, na pracinha, no parque. Dê a ela livros, bola, bonecas, material de desenho etc.

Pais que vivem conectados o tempo todo devem repensar seus hábitos, instigando os filhos a adotarem práticas mais benéficas, que incentivem a interação com o mundo real. No lugar do tablet, incentivar o brincar livre e em contato com a natureza.

O Brasil é o país com as crianças mais conectadas do mundo. Elas têm ficado muito mais tempo nas telas do que ao ar livre.

Embora a maioria das plataformas estabeleça a idade mínima de 13 anos para a criação de um perfil, cerca de 20 milhões de crianças e adolescentes de nove a 17 anos eram usuários de internet e ativos em redes sociais em 2018, segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil. O estudo identificou também uma presença maior de meninas nas redes sociais: 51% das usuárias tinham perfil no Instagram frente a 40% dos meninos.

Idade mínima para ter uma conta nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram, Snapchat: 13 anos; WhatsApp: 16 anos; YouTube: 18 anos (Fonte: Cartilha da OAB – Uso Seguro das Redes Sociais)

A grande maioria dos pais não observam a classificação indicativa do que os seus filhos estão vendo na Netflix, no YouTube, na TV. Os jogos de videogame são baixados virtualmente pela própria criança. E simplesmente porque a criança capta toda essa celeuma de informações relativa aos adultos, a depressão infantil e o índice de suicídio entre crianças de 5 a 11 anos vêm aumentando assustadoramente. 


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita