Adultizar a criança é
causar dano ao seu desenvolvimento
As pessoas educam para a competição e esse é o princípio
de qualquer guerra. Quando educarmos para cooperarmos e
sermos solidários uns com os outros, nesse dia estaremos
a educar para a paz.
Maria Montessori
Criança tem direito à infância.
Em todas as partes, no entanto, há cada vez mais
crianças que usam redes sociais como se fossem maiores
de idade, que são estimuladas a se comportarem como
gente grande. E essas crianças estão, na verdade, sendo
profundamente prejudicadas.
De que uma criança precisa? Brincar e ser criança. Ou
seja, à medida que o brincar é a linguagem central da
infância, é apenas isso que precisa fazer parte do
desenvolvimento de qualquer criança. Ainda, em um mundo
cada vez mais dominado pela tecnologia, o espaço para a
brincadeira se mostra ainda mais importante para
assegurar o êxito das etapas infantis.
A criança tem acesso àquilo que seus pais lhe dão
acesso. Para usar a Internet, por exemplo, ela precisa
de rigorosa supervisão de pais, responsáveis e
educadores. Muitas vezes os pais se preocupam em limitar
o tempo de tela dos filhos, mas significativo também é
saber qual conteúdo estão acessando e como lidam com o
material acessado…
Os pais devem estar atentos à forma como estão lidando
com os filhos pequenos e avaliar, de maneira contínua,
se não estão estimulando ou contribuindo com a
adultização precoce – uso de redes, maquiagem etc.
Principalmente na primeira infância, é essencial que a
criança tenha contato cotidiano com o mundo ao seu redor
– e de preferência com os ambientes naturais e para
treinar o brincar livre.
Cada criança é única e ela depende de experimentar o
brincar para crescer com saúde, lembrando que brincar
não significa apenas ter recreação. Trata-se da forma
mais complexa de uma criança se comunicar com o mundo e
consigo mesma. Em consequência, uma das melhores
maneiras de estimular o desenvolvimento infantil é
proporcionar um ambiente rico para brincadeiras, tanto
no âmbito escolar quanto familiar, fazendo com que as
crianças explorem diferentes linguagens e desenvolvam
sua criatividade, imaginação e uma grande diversidade de
habilidades cognitivas.
Não tire a infância da criança, porque ela terá a vida
inteira para ser adulta.
Notinhas
Celulares não cabem na infância. No lugar de oferecer
tablets ou celulares à criança, estimule-a a brincar no
quintal, na pracinha, no parque. Dê a ela livros, bola,
bonecas, material de desenho etc.
Pais que vivem conectados o tempo todo devem repensar
seus hábitos, instigando os filhos a adotarem práticas
mais benéficas, que incentivem a interação com o mundo
real. No lugar do tablet, incentivar o brincar livre e
em contato com a natureza.
O Brasil é o país com as crianças mais conectadas do
mundo. Elas têm ficado muito mais tempo nas telas do que
ao ar livre.
Embora a maioria das plataformas estabeleça a idade
mínima de 13 anos para a criação de um perfil, cerca de
20 milhões de crianças e adolescentes de nove a 17 anos
eram usuários de internet e ativos em redes sociais em
2018, segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil. O
estudo identificou também uma presença maior de meninas
nas redes sociais: 51% das usuárias tinham perfil no
Instagram frente a 40% dos meninos.
Idade mínima para ter uma conta nas redes sociais:
Facebook, Twitter, Instagram, Snapchat: 13 anos;
WhatsApp: 16 anos; YouTube: 18 anos (Fonte: Cartilha da
OAB – Uso Seguro das Redes Sociais)
A grande maioria dos pais não observam a classificação
indicativa do que os seus filhos estão vendo na Netflix,
no YouTube, na TV. Os jogos de videogame são
baixados virtualmente pela própria criança. E
simplesmente porque a criança capta toda essa celeuma de
informações relativa aos adultos, a depressão infantil e
o índice de suicídio entre crianças de 5 a 11 anos vêm
aumentando assustadoramente.
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