O mundo uniu-se para a descoberta
da vacina contra a Covid-19
TERÇA-FEIRA HISTÓRICA: Nesta terça (8), o Reino
Unido começou a campanha de vacinação contra a
Covid-19. Uma mulher de 90 anos foi a primeira
britânica a receber o imunizante, e disse que
está ansiosa para passar o Natal com a família.
O correspondente da GloboNews em Londres,
Rodrigo Carvalho, falou com Maria Lúcia Possas,
a primeira brasileira a ser vacinada por lá.
"Tem luz no fim do túnel", comemorou ela.
(Fonte: GloboNews em 8/12/2020.)
Tendo por mote as experiências dolorosas, mas
educativas, que o mundo vive atualmente, em que
enfrenta a pandemia num momento decisivo, é
ainda mais oportuno refletir no que a Doutrina
Espírita explica sobre os flagelos destruidores.
Em O Livro dos Espíritos, editado desde
1857, os Espíritos esclarecem sabiamente sobre o
assunto, respondendo aos questionamentos que
Allan Kardec formulou.
Vejamos então as suas perguntas 737 a 741,
aproveitando para apresentar também, no final,
uma possível visão poética sobre as mesmas,
partindo da premissa que intitula o presente
trabalho.
Temas correlatos: Transição Planetária,
Amanhecer de uma Nova Era (livros de Divaldo
Franco/Manoel Philomeno de Miranda).
737. Com que fim fere Deus a Humanidade por meio
de flagelos destruidores?
“Para fazê-la progredir mais depressa. Já não
dissemos ser a destruição uma necessidade para a
regeneração moral dos Espíritos, que, em cada
nova existência, sobem um degrau na escala do
aperfeiçoamento? Preciso é que se veja o
objetivo, para que os resultados possam ser
apreciados. Somente do vosso ponto de vista
pessoal os apreciais; daí vem que os qualificais
de flagelos, por efeito do prejuízo que vos
causam. Essas subversões, porém, são
frequentemente necessárias para que mais pronto
se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e
para que se realize em alguns anos o que teria
exigido muitos séculos.”
738. Para conseguir a melhora da Humanidade, não
podia Deus empregar outros meios que não os
flagelos destruidores?
“Pode e os emprega todos os dias, pois que deu a
cada um os meios de progredir pelo conhecimento
do bem e do mal. O homem, porém, não se
aproveita desses meios. Necessário, portanto, se
torna que seja castigado no seu orgulho e que se
lhe faça sentir a sua fraqueza.”
a) Mas nesses flagelos tanto sucumbe o homem de
bem como o perverso. Será justo isso?
“Durante a vida, o homem tudo refere ao seu
corpo; entretanto, de maneira diversa pensa
depois da morte. Ora, conforme temos dito, a
vida do corpo bem pouca coisa é. Um século no
vosso mundo não passa de um relâmpago na
eternidade. Logo, nada são os sofrimentos de
alguns dias ou de alguns meses, de que tanto vos
queixais. Representam um ensino que se vos dá e
que vos servirá no futuro. Os Espíritos, que
preexistem e sobrevivem a tudo, formam o mundo
real. Esses os filhos de Deus e o objeto de toda
a sua solicitude. Os corpos são meros disfarces
com que eles aparecem no mundo. Por ocasião das
grandes calamidades que dizimam os homens, o
espetáculo é semelhante ao de um exército cujos
soldados, durante a guerra, ficassem com seus
uniformes estragados, rotos, ou perdidos. O
general se preocupa mais com seus soldados do
que com os uniformes deles.”
b) Mas nem por isso as vítimas desses flagelos
deixam de o ser.
“Se considerásseis a vida qual ela é e quão
pouca coisa representa com relação ao infinito,
menos importância lhe daríeis. Em outra vida,
essas vítimas acharão ampla compensação aos seus
sofrimentos, se souberem suportá-los sem
murmurar.”
Venha por um flagelo a morte, ou por uma causa
comum, ninguém deixa por isso de morrer, desde
que haja soado a hora da partida. A única
diferença, em caso de flagelo, é que maior
número parte ao mesmo tempo.
Se, pelo pensamento, pudéssemos elevar-nos de
maneira a dominar a Humanidade e a abrangê-la em
seu conjunto, esses tão terríveis flagelos não
nos pareceriam mais do que passageiras
tempestades no destino do mundo.
739. Têm os flagelos destruidores utilidade, do
ponto de vista físico, não obstante os males que
ocasionam?
“Têm. Muitas vezes mudam as condições de uma
região, mas o bem que deles resulta só as
gerações vindouras o experimentam.”
740. Não serão os flagelos, igualmente, provas
morais para o homem, por porem-no a braços com
as mais aflitivas necessidades?
“Os flagelos são provas que dão ao homem ocasião
de exercitar a sua inteligência, de demonstrar
sua paciência e resignação ante a vontade de
Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar
seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e
de amor ao próximo, se o não domina o egoísmo.”
741. Dado é ao homem conjurar os flagelos que o
afligem?
“Em parte, é; não, porém, como geralmente o
entendem. Muitos flagelos resultam da
imprevidência do homem. À medida que adquire
conhecimentos e experiência, ele os vai podendo
conjurar, isto é, prevenir, se lhes sabe
pesquisar as causas. Contudo, entre os males que
afligem a Humanidade, alguns há de caráter
geral, que estão nos decretos da Providência e
dos quais cada indivíduo recebe, mais ou menos,
o contragolpe. A esses nada pode o homem opor, a
não ser sua submissão à vontade de Deus. Esses
mesmos males, entretanto, ele muitas vezes os
agrava pela sua negligência.”
Na primeira linha dos flagelos destruidores,
naturais e independentes do homem, devem ser
colocadas a peste, a fome, as inundações e as
intempéries fatais às produções da terra. Não
tem, porém, o homem encontrado na Ciência, nas
obras de arte, no aperfeiçoamento da
agricultura, nos afolhamentos e nas irrigações,
no estudo das condições higiênicas, meios de
impedir, ou, quando menos, de atenuar muitos
desastres? Certas regiões, outrora assoladas por
terríveis flagelos, não estão hoje preservadas
deles? Que não fará, portanto, o homem pelo seu
bem-estar material, quando souber aproveitar-se
de todos os recursos da sua inteligência e
quando, aos cuidados da sua conservação pessoal,
souber aliar o sentimento de verdadeira caridade
para com os seus semelhantes?
Flagelos que assolam a humanidade
Os flagelos que assolam a humanidade
Trazem preocupação, ira e mortandade,
Todavia, sempre existiram na História.
Sejam vírus de etiologia desconhecida
Ou guerras sem quartel nem guarida,
Basta fazer um exercício de memória.
As pessoas devem respeitar a natureza,
É mãe que nos ama sem mesquinheza,
Sua mão divina alimenta toda a criação.
A higiene no corpo é a melhor profilaxia,
A sujidade na Alma depois causa asfixia,
Quem dá o pão, também pede educação.
O objetivo é uma aceleração progressiva
De seres humanos com feição agressiva,
Substituindo-a pela paz entre as nações.
O planeta gravita o Sol no espaço sideral,
Vai crescendo na sua escala dimensional,
Afinal de contas, lutamos só por tostões!
Foi um vírus
Foi um vírus que afinal nos juntou,
Não porque Deus nos abandonou,
Mas devido à falta de fraternidade.
Quando na família grassa a desunião
E os seus membros vivem em solidão,
Eis que chega o momento da verdade.
Aí vamos a caminho da Nova Era,
Tal e qual uma ansiada primavera
Que derrete o gelo dos corações.
Já não somos mais alunos infantis,
Desatentos ao que o Mestre nos diz,
Estamos prontos para novas lições!
Girando vertiginosamente no Espaço,
Sem travão, dificuldade ou embaraço,
Segue esta nau que a todos alberga.
Começou por ser um mundo primitivo,
A morte ceifava sem qualquer motivo,
Berço de uma humanidade ainda cega.
Depois passou a orbe de provas e expiações,
Porém, mesmo assim, imperavam as paixões
E o apego louco aos sentimentos inferiores.
Vem, então, amado planeta de regeneração,
Onde a maldade é somente uma recordação,
Traz-nos a paz e a vontade de ser melhores!
Nota da Redação:
Vitor Bruno Santos é palestrante
espírita. O texto acima foi contemplado no
concurso A Doutrina Explica – 2020-2021,
promovido pelo Jornal Brasília Espírita
(www.atualpa.org.br), com o objetivo de
sensibilizar para a leitura, o uso da biblioteca
espírita e levar a conhecer alguma metodologia
de pesquisa para apoiar o estudo doutrinário,
além de incentivar os participantes para o
potencial de racionalização e explicação da
realidade social e espiritual pela Doutrina
Espírita.