Chico viajou para Sacramento (MG) com o jovem Waldo
Vieira e foi homenageado em uma festinha espírita. Entre
os convidados estava um desconhecido de apenas dezesseis
anos, bastante incomodado com as reverências prestadas
por todos ao médium de Pedro Leopoldo. Ele não entendia
tanta badalação. Qual a graça daquele senhor esquisito?
De repente, uma mulher pediu um autógrafo ao homenageado. Chico
disse em voz alta: Só se o Celso me emprestar uma caneta. Celso
de Almeida Afonso, o rapaz mal-humorado, estava por perto e teve
uma reação inusitada: agarrou aquele quarentão estranho, beijou
seu rosto e, aos prantos, prometeu: Nesta encarnação vou me
comparar a um dedo do pé do senhor. Chico se encolheu e disse:
Sou apenas cascalho que serve para machucar os pés de quem passa
por mim. Você é luz.
Em seguida, avisou a Waldo Vieira: Celso é médium e vai
trabalhar conosco em Uberaba.
Ele previa mudanças na própria vida. E já se preparava para
elas.
Do livro As vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior.
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