Política no Centro Espírita
Seria possível verificar-se nos Centros Espíritas
vários, seja do nosso País ou do Mundo, alguma forma de
estudo e de discussão sobre Política, de seus estudos e
discussões, desde Aristóteles, e sua filosofia moral,
aos tempos modernos do famoso “jeitinho”, do “toma lá,
dá cá”, da corrupção dos tempos presentes, seja de nossa
república mesma, ou, na planetária e, pois, mundial?
E respondemos que: Não!
Não é esse o objetivo, nem a prática do Espiritismo nos
Centros Espíritas Cristãos que buscam, sobretudo,
repartir suas bênçãos e suas luzes para todos,
encarnados e desencarnados, aliviando sua Alma sofrida
pelas graças sublimes do Mestre Soberano, de Sua Bênção,
Sua Generosa Luz.
Todavia, o estudo do Espiritismo é fundamental, desde
Kardec a André Luiz, passando, evidentemente, pelos
maiores e mais reluzentes sábios do Espiritismo, sendo,
por aqui, desnecessário citá-los em face de suas obras
universais, sejam elas científicas, filosóficas ou
morais.
Mas, de retorno às discussões políticas em Centros
Espíritas, não vamos, de nós mesmos, exarar nossas
opiniões, pois Allan Kardec, André Luiz e Emmanuel, por
exemplo, já o fizeram, e, pois, cabe-nos apenas e tão só
repeti-los como lembrança de seus recatados conselhos e
advertências aos que ainda se arriscam à equivocada
tarefa de se discutir Política nas Casas Consoladoras do
Espiritismo, quando tudo, aliás, ainda se tem por fazer
no sentido Consolador e Caritativo de suas atribuições.
Para Kardec, por exemplo, temos:
“[...] Devo ainda vos chamar a atenção para outra tática
de nossos adversários: a de procurar comprometer os
espíritas, induzindo-os a se afastarem do verdadeiro
objetivo da Doutrina, que é o da Moral, para abordarem
questões que não são de sua competência e que poderiam,
com toda razão, despertar suscetibilidades e
desconfianças.
“Também não vos deixeis cair nessa armadilha; afastai
cuidadosamente de vossas reuniões tudo quanto disser
respeito à POLÍTICA e às questões irritantes; nesse
caso, as discussões não levarão a nada e apenas
suscitarão embaraços, enquanto ninguém questionará a
MORAL, quando ela for boa. Procurai, no Espiritismo,
aquilo que vos pode melhorar; eis o essencial. Quando os
homens forem melhores, as reformas sociais
verdadeiramente úteis serão uma consequência natural”.
(Vide: “Revista Espírita” – Fevereiro/1862–AK.)
E, para Emmanuel, um dos mais confiáveis Espíritos dos
presentes tempos:
“Eu, porém, dentre vós: Sou como aquele que serve” –
Jesus (Lucas: 22:27).
“O discípulo sincero do Evangelho não necessita respirar
o clima da Política administrativa do Mundo para cumprir
o ministério que lhe é cometido.
“O Governador da Terra, entre nós, para atender aos
objetivos da Política do Amor, representou antes de
tudo, os interesses de Deus junto do coração humano, sem
necessidade de portarias e decretos, respeitáveis
embora”.
“Administrou servindo, elevou os demais, humilhando a Si
mesmo. Não vestiu o traje de sacerdote, nem a toga do
magistrado.
“Amou profundamente os semelhantes e, nessa tarefa
sublime, testemunhou a sua grandeza celestial.
“Que seria das organizações cristãs, se o apostolado que
lhes diz respeito estivesse subordinado a reis e
ministros, câmaras e parlamentos transitórios?
“Se desejas penetrar, efetivamente, o templo da verdade
e da fé viva, da paz e do amor, com Jesus, não olvides
as plataformas do Evangelho Redentor.
“Ama a Deus sobre todas as coisas, com todo o teu
coração e entendimento”.
“Ama o próximo como a ti mesmo.
“Cessa o egoísmo da animalidade primitiva.
“Faze o bem aos que te fazem mal.
“Abençoa os que te perseguem e caluniam.
“Ore pela paz dos que te ferem.
“Bendize os que te contrariam o coração inclinado ao
passado inferior.
“Reparte as alegrias de teu Espírito e os dons de tua
vida com os menos afortunados e mais pobres do caminho.
“Dissipa as trevas, fazendo brilhar a tua luz.
“Revela o Amor que acalma as tempestades do ódio.
“Mantém viva a chama da esperança, onde sopra o fio do
desalento.
“Levanta os caídos.
“Seja a muleta benfeitora dos que se arrastam sob
aleijões morais”.
“Combate a ignorância, acendendo lâmpada de auxílio
fraterno, sem golpes de crítica e sem gritos de
condenação.
“Ama, compreende e perdoa sempre.
“Dependerás acaso, de decretos humanos para meter mãos à
obra?
“Lembra-te meu amigo, de que os administradores do Mundo
são, na maioria das vezes, veneráveis prepostos da
Sabedoria imortal, amparando os potenciais econômicos,
passageiros e perecíveis, todavia, não te esqueças das
recomendações traçadas no Código da Vida Eterna, na
execução das quais devemos edificar o Reino Divino,
dentro de nós mesmos.” (“Vinha de Luz” – FEB.)
E, para finalizar, não nos esqueçamos de algumas
palavras de André Luiz quando sabiamente ministra:
“Impedir palestras e discussões de Ordem Política nas
sedes das instituições doutrinárias, não olvidando que o
‘Serviço de Evangelização’ é tarefa essencial.
“A rigor, não há representantes oficiais do Espiritismo
em setor algum da Política humana.
“Nenhum servo pode servir a dois senhores.” (Jesus -
Lucas, 16:13.) (Vide: “Conduta Espírita” – FEB.)
Será preciso dizer mais ainda?
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