Um minuto
com Chico Xavier

por Regina Stella Spagnuolo

   

Chico Xavier nunca usou relógio, para evitar o hábito de medir o tempo de trabalho e sentir-se culpado ao desperdiçar as horas. Seu protetor fazia questão de repetir: vamos trabalhar como se amanhã já não fosse possível fazer nada.

Emmanuel era implacável. Numa noite, ou melhor, já à 1h da madrugada, Chico voltava exausto de mais uma sessão no Centro Luiz Gonzaga quando abriu a porta de casa e deu de cara com uma cena nada agradável. Os dois gatos tinham sofrido uma indigestão. A sala parecia um chiqueiro. O mau cheiro estava insuportável.

Chico sacudiu os ombros. Pediria a uma das irmãs que fizesse a limpeza na manhã seguinte. Quando estava a caminho do quarto, escutou a voz do guia: “Você, que vem de uma reunião espírita, está fugindo da sua obrigação? Está exigindo que uma pobre menina, cansada de trabalhar nas panelas e no tanque para que não lhe falte comida nem roupa lavada, limpe esta sujeira? Você vai pegar um pano, vai trazer água, sabão e vamos lavar”.

Chico acatou. Só ele lavou. Emmanuel, de braços cruzados, se limitou a "passar sabão" no coitado: “No Espiritismo, a pessoa tem que começar estudando nos grandes livros e também lavando as privadas, trabalhando, ajudando os que estão com fome, lavando as feridas de nossos irmãos. Se não tivermos coragem de ajudar na limpeza de um banheiro, de uma privada, nós estaremos estudando os grandes livros da nossa doutrina em vão [...]”.


Do livro As vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior.



 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita