Homem
Argonauta da luz que nasceste nas trevas,
Por térmita perdido em malocas bizarras,
Dormiste com leões de sinistras bocarras
E, símio, atravessaste as solidões grandevas.
Preso aos totens e atado à inspiração dos devas,
Vivias de arco e flecha ao clangor de fanfarras.
Ai! a herança da guerra a que ainda te agarras,
Os impulsos do abismo e as cóleras longevas!
Hoje, razão que brilha e amor que desabrocha,
Prometeu a chorar no coração da rocha,
Circulado de sóis e entre as sombras imerso!
Homem! Anjo nascente e animal inextinto,
Serás, após vencer as injúrias do instinto,
A obra prima de Deus no esplendor do Universo!
Do livro Antologia dos
Imortais, obra psicografada pelos médiuns Francisco
Cândido Xavier e Waldo Vieira.