Instituição Beneficente Nosso Lar, 75
anos servindo à comunidade
Num dia como hoje, 8 de agosto, foi fundada a
Instituição Beneficente Nosso Lar, também conhecida
pela sigla IBNL.
Corria o ano de 1946 quando um grupo de pessoas, sob
a liderança das senhoras Maria Augusta Ferreira
Puhlmann e Nair Ambra Ferreira, decidiu criar uma
associação para atendimento e defesa de crianças
órfãs ou abandonadas.
Durante 20 anos a Instituição funcionou em uma
residência que acolheu e educou centenas de crianças
até poderem conduzir suas próprias vidas.
Um fato inusitado, ocorrido no ano de 1966, mudaria,
porém, os rumos de atuação da Instituição. É que em
determinada manhã foi deixado na porta da IBNL um
bebê recém-nascido com lesão cerebral. A criança
viveu na instituição por dois meses, vindo a falecer
em seguida devido a um quadro grave de cardiopatia
congênita.
O acontecimento inspirou a diretoria da IBNL a
repensar seus objetivos sociais, com o que ela
passou desde então a atuar no atendimento de
habilitação e reabilitação para pessoas com
deficiência em todos os ciclos de vida, sem
alojamento, com vistas a priorizar o fortalecimento
dos vínculos afetivos da família. Assim, já no ano
seguinte, em 1967, iniciou-se a fase de transição
para adaptação estrutural e preparação da equipe de
recursos humanos.
De lá até este momento, 54 anos se passaram, nos
quais a IBNL vem atuando sem interrupção no
Atendimento de Habilitação e Reabilitação para
Pessoas com Deficiência Intelectual e/ou Múltiplas e
de suas Famílias.
Detentora do Certificado de Entidade Beneficente de
Assistência Social – CEBAS, expedido pelo Ministério
de Desenvolvimento e Assistência Social e Agrário, a
IBNL presta o atendimento às pessoas com
necessidades especiais e às suas famílias, de forma
gratuita, continuada, permanente e planejada, por
meio dos seus serviços, programas e projetos, sem
qualquer tipo de discriminação de credo político,
religioso, social e de qualquer outra espécie, dando
prioridade aos atendidos em situação de
vulnerabilidade socioeconômica, como reza o art. 4º
do Estatuto Social da IBNL.
Como tudo começou segundo Nancy Puhlmann
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Filha de Oscar Puhlmann e de Maria Augusta Ferreira
Puhlmann, uma das fundadoras
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da Instituição, Nancy Puhlmann Di Girolamo
(foto), então enfermeira com
especialização em Enfermagem Neuropediátrica,
socióloga com mestrado em Antropologia Cultural e
jornalista formada pela Escola de Jornalismo Cásper
Líbero, dedicou sua vida e seus conhecimentos à
IBNL, tendo sido ela quem desenvolveu o Método DIPCE
– Desenvolvimento Integral das Potencialidades da
Criança Excepcional, aplicado na IBNL, na qual, além
de membro do Conselho orientador, coordenou as
equipes interdisciplinares para o tratamento
biopsicosocioespiritual de bebês, crianças e jovens
com deficiência. |
Em entrevista à Folha Espírita, publicada em
2009, Nancy contou como nasceu a IBNL e de que forma
ocorreu seu engajamento no trabalho proposto:
“Em 8 de agosto de 1946, minha mãe e Nair Ambra
Ferreira fundaram a Instituição Beneficente Nosso
Lar, iniciando o pavilhão destinado à assistência e
educação de crianças órfãs e abandonadas. Eu as
acompanhei. Em 1966 foi colocado na porta da
instituição um bebê recém-nascido, portador de grave
lesão cerebral, rejeitado pela família. Havia um
cartão dizendo: ‘Mãe desesperada conta com vocês’. O
menino viveu dois meses antes de desencarnar. Nosso
Lar sentiu-se convidado a iniciar um trabalho a
favor de crianças com paralisias cerebrais e, ao
mesmo tempo, iniciar estudos e projetos para evitar
rejeições, utilizando as teses espíritas sobre a
importância das reencarnações difíceis na Terra,
como processos evolutivos. Como enfermeira
especializada em Enfermagem Neuropediátrica, busquei
conhecimentos sobre lesões cerebrais, vindo a
realizar cursos sobre o então ousadíssimo título de
Reorganização Neurológica, na cidade de Filadélfia,
Estado da Pensilvânia (EUA), que me forneceu bases
para criar o Método DIPCE, adaptado para a realidade
brasileira.”
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Grupo de pessoas com
necessidades especiais
atendidas pela Instituição |
Sobre o Método DIPCE, na mesma entrevista, ela assim
se manifestou:
“O Método DIPCE, em princípio, destinou-se a uma
assistência terapêutica, oferecida gratuitamente a
crianças portadoras de lesões cerebrais. Aconteceu
que, em 1967, tive minha segunda filha, nascida com
Síndrome de Down. Então acrescentamos os Downs nesse
programa. E, anos depois, aos 17 anos, meu filho
mais velho ficou tetraplégico após acidente
esportivo, motivando a inclusão de deficiências
motoras dentro de uma ampliação do Método DIPCE.
Tanto Florence como Fabiano, meus filhos com
deficiência, estão plenamente reabilitados e
incluídos na vida social, estando ambos envolvidos
nos programas de defesa dos direitos,
profissionalizados e social e moralmente ajustados e
felizes.”
Autora de vários livros, são de Nancy Puhlmann as
obras As
Aves Feridas na Terra Voam, O Castelo das Aves
Feridas e É
Preciso Saber Viver, que os amantes da boa
literatura espírita não podem deixar de ler.
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Fachada da Instituição
Beneficente Nosso Lar |
Nota da Redação:
Para saber mais sobre o trabalho
realizado pela Instituição Beneficente Nosso Lar, clique
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