Empatia e infância
Educar a mente sem educar o coração não é educação.
Aristóteles
A habilidade de se colocar no lugar do outro não depende
apenas da genética e, por isso, cabe a nós, adultos,
orientar nossas crianças para que se tornem seres
humanos empáticos, contribuindo para um mundo melhor.
Os filhos aprendem empatia observando o comportamento
dos pais e das pessoas com quem convivem de maneira
habitual. Como em qualquer outra situação, o primeiro
passo é o exemplo. As crianças absorvem tudo, tantos as
coisas positivas, quanto as negativas. Se os pais
demonstram, por exemplo, preocupação por um morador de
rua, oferecendo-lhe uma refeição ou um cobertor para os
dias frios, os filhos vão naturalmente aprender com esta
atitude empática, compassiva.
O cultivo da empatia depende também do trabalho com as
próprias emoções e para que a criança se torne um adulto
atento, sensível, que não aja com indiferença.
Brincadeiras, jogos, histórias, conversas e,
principalmente, estar próximo da criança nos momentos em
que ela tenha que enfrentar alguma situação nova ou
difícil, é fundamental para que ela se sinta segura e
protegida para lidar com seus problemas. Entender os
sentimentos, as emoções – tristeza, raiva, medo, etc. –
facilita a autorregulação emocional, promove o convívio
social e incentiva a criança a se tornar mais propensa a
compreender o sentimento alheio e a se colocar no lugar
do outro.
Aprendi, na minha infância, empatia, compaixão,
observando minha mãe cuidar dos outros. Nunca esqueci o
menino que ela atendeu na fazenda durante meses – e
dando banho nele e refazendo, com todo cuidado, os
curativos no braço, na barriga, parte das costas e
pernas, onde ele havia sido queimado com água fervendo.
Parte da terapeuta que hoje eu só se deve aos diversos
exemplos, assimilados por mim cotidianamente e em
silêncio, e que estão bem fixados na minha memória.
Um outro modo de ativar a empatia é contar histórias
para as crianças. Através das histórias, temos a
possibilidade de viver e ver pelos olhos de outras
pessoas. Ao entrar em contato com o mundo dos livros, as
crianças podem viver diferentes experiências, pondo-se
no lugar dos personagens. Isso contribui para que elas
conheçam e entendam as diferentes perspectivas de mundo,
o que contribui para que elas cresçam com mais empatia.
Notinha
A empatia é uma habilidade que as crianças aprendem e
desde o começo da vida. As crianças que são empáticas
tendem a se sair melhor na escola, em situações sociais
e em suas vidas futuras. Crianças e adolescentes que têm
a maior quantidade de habilidade em empatia são vistos
como líderes por seus pares. Os melhores professores
dessa habilidade são os pais das crianças.
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