Da sombra para a luz
Estranhamos, muitas vezes, na Terra, a multiplicidade
dos conflitos emocionais que nos assaltam, de improviso,
assinalando deploráveis influências ocultas.
Em muitas circunstâncias, basta leve impulso na direção
do bem, para que se manifestem, desesperadas, como a
impedir-nos o acesso à Vida Superior.
Na iniciação da mediunidade, surgem, quase sempre, na
forma de obsessões marginais, ameaçando-nos as mais
belas aspirações, tanto quanto na construção da fé viva,
adentro de nosso grupo familiar, aparecem na feição de
desentendimento e discórdia, a se expressarem rudes e
virulentas naqueles que mais amamos.
Entretanto, no exame do problema, recorramos a quadro
simples da natureza.
* * *
Toda vez que necessitamos rasgar estradas novas no seio
da gleba anônima, duro trabalho de educação do solo se
faz imprescindível.
Sobre o chão agressivo e áspero, picareta e trator se
mostram necessários, reclamando-se, ainda, o auxílio do
pedregulho arestoso na pavimentação do caminho antes que
o homem se valha dele na movimentação do progresso.
Utilizamo-nos do símile para considerar que também na
abertura de novas rotas do espírito, tarefas
sacrificiais se exigem de nós com vistas ao
indispensável burilamento e, assim como os engenheiros
supervisionam a obra, confiando-a braços rijos,
habilitados à remoção do material primitivo e inferior,
também os Instrutores Celestes, sem perder-nos,
entrega-nos a companheiros mais ou menos semelhantes a
nós, que nos desbastam o campo íntimo, através de lutas
e sofrimentos até que lhes ofereçamos justo padrão de
serviço ao apostolado de luz que se propõem a veicular.
* * *
É por isso que, em todos os percalços de nossa
edificação para a Vida Eterna, realmente, não podemos
dispensar o concurso efetivo da paciência, porque
somente por essa virtude singela e renovadora é que
poderemos vencer as inibições externas com o necessário
triunfo sobre nós mesmos.
Do livro Linha 200, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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