Aplicação do “RAE” na casa
espírita
Segundo novo levantamento realizado este ano de
2021, o número de suicídios no mundo é de 1 para
cada 45 segundos. Em se comparando com o último
senso, de 2014, houve uma redução no número de
suicídios em termos globais. Esta queda se deve
aos intensos e inúmeros trabalhos que vêm sendo
realizados por diversas instituições, além do
aprimoramento das técnicas de tratamento aos que
sofrem de transtornos mentais.
O Espiritismo, e de uma forma mais prática as
casas espíritas, podem, também, dar grande
parcela de contribuição para que os números de
suicídios se reduzam ainda mais.
Entretanto, para que as casas espíritas cumpram
o papel de serem agentes de proteção no que se
refere ao suicídio, é preciso que preparem os
seus colaboradores para atender com qualidade
quem chega à casa espírita, utilizando todo o
potencial que as ferramentas trazidas pelo
Espiritismo oferecem, até porque o conhecimento
por ele mesmo não modifica absolutamente nada,
as modificações são, sempre, em decorrência da
boa aplicação que se faz do conhecimento
adquirido.
Portanto, se bem utilizado, o Espiritismo pode
ser um grande ponto de apoio a ajudar pessoas
que têm a ideação suicida.
Há muitos anos trabalhando no tema delicado e
complexo que é o suicídio, aprendi, neste
processo, que devemos saber utilizar as
ferramentas que a doutrina espírita nos oferece
da forma mais adequada possível.
E eis que falamos hoje sobre a técnica do RAE -
Recepcionar, Acolher e Escutar, que as casas
espíritas podem colocar em prática.
Diante do contingente de pessoas necessitadas de
um alento em face das dificuldades existenciais,
a casa espírita deve promover uma boa recepção
no sentido literal da palavra. Receber as
pessoas com carinho, atenção, como, por exemplo,
deixar algum voluntário na porta da casa
saudando quem chega, entregando mensagens,
observando se pode ser útil e fornecer
informação sobre o funcionamento do centro
espírita, horários de atendimento, trabalhos
realizados etc.
Acolher vem após e é uma consequência do “bem
recepcionar”, significa transformar o ambiente
da casa espírita num local em que a fraternidade
impera, sem julgamentos, ou, tampouco de olhar o
outro de cima para baixo com a postura de
sentir-me melhor por estar, naquele momento, em
condições de fornecer algum tipo de ajuda.
E, por último, a chamada escuta ativa que, de
fato, conecta-se no universo do outro, escutando
suas dores, dificuldades, alegrias e tudo o mais
que queira trazer para a conversa. A escuta
ativa é atenciosa e sensível, não corta o
momento de desabafo do outro e não dá “lições de
moral”, sendo apenas e tão somente um momento de
escutar o outro e estabelecer pontes de
confiança entre quem está necessitado e seu
ouvinte.
Ao aplicar a ferramenta “RAE” na condução dos
trabalhos na casa espírita, o dirigente optará
por boas práticas que são, sem dúvidas, uma
poderosa ferramenta de proteção no auxílio
àqueles que estão passando pela fase da ideação
suicida e tantos outros desafios que experimenta
o ser encarnado neste planeta.