O pensamento expresso na frase acima é de Cássia
Marília Alves da Silva Antoszczyszyn (foto),
gaúcha natural de Alegrete, ora residente em
União da Vitória (PR). Pedagoga e pós-graduada
em Educação Especial, ela é a atual presidente
do Centro Espírita Amor e Caridade, de sua
cidade, e vice-presidente da União Regional
Espírita 15ª Região, em que exerce também o
cargo de diretora do Setor de Comunicação Social
Espírita. Na presente entrevista ela nos fala
sobre sua iniciação no Espiritismo e o trabalho
que vem realizando há muitos anos no movimento
espírita de sua cidade.
Quando e como você teve contato com o
Espiritismo?
Há 18 anos, aqui em União da Vitória. Foi a
mediunidade que me levou ao Espiritismo, que me
foi apresentado por uma amiga. No início tive um
pouco de receio. Hoje, me sinto totalmente
envolvida por esta Doutrina maravilhosa, que
esclarece, consola, orienta.
Dos três aspectos do Espiritismo – científico,
filosófico e religioso – qual o que mais a
atrai?
Sabemos da importância dos três aspectos. O
filosófico, que analisa a Criação Divina, o
científico que fornece comprovações a respeito
da natureza e imortalidade do Espírito. Mas o
aspecto religioso, o qual mais me atrai,
constitui a restauração do Evangelho do Cristo,
estabelecendo a renovação definitiva do homem e
nos orientando sobre as consequências morais do
comportamento que escolhemos. Um roteiro divino
para todos.
Que autores espíritas mais lhe agradam?
Yvonne Pereira, Divaldo Pereira Franco, Chico
Xavier, Hermínio de Miranda, entre outros.
O que você pode falar-nos sobre a participação
da mulher no movimento espírita?
Desde o surgimento do Espiritismo, a mulher tem
tido uma importante participação, demonstrando
coragem e espírito inovador, numa época em que o
preconceito contra as mulheres era extremamente
forte. E, hoje, o Movimento Espírita tem na sua
maioria de adeptos as mulheres, exercendo
funções importantes nas Casa Espíritas, nas UREs,
na Federativa, fortalecendo e divulgando o
Espiritismo com coragem e dinamismo.
Fale-nos sobre a importância do estudo da
doutrina para quem está iniciando no Espiritismo
e para aqueles que já são espíritas.
O estudo sério, como nos propõe Kardec no item
VIII da Introdução de “O Livro dos Espíritos”, é
de grande valia para que o indivíduo saiba
discernir, aprender a pensar e tirar suas
próprias conclusões.
Ele nos oferece o aprendizado intelectual,
decorrente da leitura e dos comentários do livro
estudado no grupo, bem como o desafio da
convivência entre aqueles que se propõem a
estudar, despertando o exercício das virtudes e
o estreitamento dos laços de amizade.
Não é por outra razão que as Sociedades
Espíritas oferecem oportunidades para os que
queiram conhecer e aprofundar o conhecimento da
Doutrina Espírita, por meio de seus Grupos de
Estudo.
Como vai o Movimento Espírita em sua cidade?
O Movimento Espírita em nossa cidade é muito
atuante e respeitado pelo trabalho sério que
realiza em todas as atividades oferecidas.
Ressaltamos aqui o trabalho realizado pelo
Departamento de Assistência e Promoção Social
Espírita, por intermédio do Grupo Servidoras de
Jesus, que atua há mais de 50 anos em nossa
cidade, oferecendo às famílias cadastradas
palestras, orientação a gestantes, evangelização
infantojuvenil, atividades manuais, bazar,
alimentos e lanche todas as quartas-feiras.
Como também o trabalho na Vila Esperança, onde
atualmente 18 famílias moram em sistema de
comodato, recebendo as orientações da equipe de
trabalhadores de nossa Casa Espírita, que
coordena a divisão dos
trabalhos de manutenção dos jardins e das ruas,
pelos moradores, com escala de voluntários. As
casas são cedidas em sistema de comodato. Os
moradores não podem ter animais; devem cuidar do
imóvel e não podem acomodar pessoas que não
sejam da família. Devem pagar a conta de energia
elétrica e de água, se tiverem possibilidade;
caso contrário, o Centro Espírita arca com essa
despesa. São acolhidas preferencialmente
famílias com crianças, pois a recondução moral e
valores educacionais visam à construção de
futuras famílias estruturadas moralmente,
retirando-as da marginalidade, do uso de drogas
e da prostituição. Realização do Natal da Vila
Esperança, com doação de cesta básica de Natal e
distribuição de brinquedos para crianças, de
acordo com a faixa etária. Nesse dia são
apresentadas atividades pelas crianças,
monitoradas pelas evangelizadoras. Também é
oferecida assistência médica e odontológica
realizada por voluntários, espíritas ou não, em
consultório dentro da Casa Transitória Bezerra
de Menezes.
Quantas instituições espíritas há na cidade e
quem foi o pioneiro?
Temos uma aqui em União da Vitória, o Centro
Espírita Amor e Caridade. Em 1919, Octávio
Araújo iniciou o Movimento Espírita, sendo um
dos pioneiros, juntamente com Irineu Araújo,
Antônio Cordeiro, João Roisenberg, Moisés Araújo
e Lídia Matoso.
Qual é, em sua instituição, o principal fator de
união e integração da equipe de trabalho?
O trabalho em equipe, esse o fator que tem sido
essencial para a obtenção de bons resultados em
nossa Casa, como aliás costuma ocorrer em muitas
organizações. Estimular a comunicação e o bom
relacionamento entre os trabalhadores faz toda a
diferença. A união e a integração é conquistada
através do amor, da dedicação e determinação em
alcançar as nossas metas.
De suas lembranças, cite um fato marcante na
história do movimento espírita da cidade.
Através da Federação Espírita do Paraná e da
União Regional Espírita 15ª Região, tivemos a
oportunidade da presença de renomados oradores:
Divaldo Pereira Franco, Raul Teixeira, entre
outros, que estiveram nos oferecendo momentos
especiais, cheio de luz e aprendizado sob os
lumes da Doutrina Espírita.
Algo mais que queira acrescentar?
Ressaltamos aqui a Feira do Livro Espírita, que
está na sua 34ª edição, consecutivamente, sendo
realizada no mês de novembro, em praça pública,
na área central de nossa cidade, oferecendo e
divulgando a Doutrina Espírita a todos, através
do livro espírita.
Suas palavras finais.
Deixo aqui a minha gratidão pela preciosa
oportunidade. Que possamos continuar firmes e
determinados em acolher, orientar e conduzir os
corações angustiados que nos chegam, oferecendo
Jesus e a Doutrina Espírita conforme nos foi
apresentada.
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