Dúvida sanada
“...Que dizem os homens quanto ao Filho do Homem? Quem
dizem que eu sou? Eles lhe responderam: Alguns dizem que
sois João Batista, outros Elias, outros Jeremias, ou
alguns dos profetas...” (Mateus, cap. XVI, v 13 a 17;
Marcos, cap. VIII v 27 a 30.)
A reencarnação é um dos pilares maiores do Espiritismo,
um de seus postulados. Aos poucos está entrando na
mente popular e se torna linguagem comumente usada, como
“na próxima encarnação”, ou “na última encarnação...”,
vai acontecer isso, ou aconteceu aquilo... Pessoas
leigas, tentando entender as atitudes de alguém ou os
sofrimentos enfrentados por alguém.
De modo claro, Mateus e Marcos expressam o acontecimento
envolvendo a pergunta de Jesus sobre quem dizem os
homens ser ele, e que expõe que os seus discípulos, pelo
modo que lhe responderam, assim como o povo da época,
compreendiam a reencarnação.
Para os estudiosos do assunto, a reencarnação mostra o
amor de Deus, dando novas oportunidades aos seus filhos.
Na questão 132 de “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec
pergunta aos Espíritos qual é a finalidade da
encarnação, e eles respondem que Deus a impõe com o fim
de levá-los à perfeição, sendo para uns uma expiação,
para outros missão, e que, para chegar à perfeição,
devem os Espíritos sofrer as vicissitudes Espírito em
condições de enfrentar a sua parte na obra da criação. É
para executá-la que ele toma um aparelho em harmonia com
a matéria essencial do mundo em que vai reencarnar, a
fim de nele cumprir, daquele ponto de vista, as ordens
de Deus, de modo que, concorrendo para a ordem geral,
ele também progride.
Grande é a responsabilidade do conhecimento! Felizes são
aqueles que têm acesso a ele e sabem bem aproveitá-lo
para o seu melhoramento e para contribuir com os seus
irmãos!
Conversando com um senhor de 71 anos, que está com dores
profundas e à primeira vista parece ter mais de 80 anos,
ele diz que tem andado muito cansado, perdendo as forças
dos membros inferiores já há anos, obeso, recém-saído de
um quadro de Covid, ele, muito simples, comentou que as
pessoas não entendem ainda que o importante é ser alguém
bom, que não se precisa correr tanto atrás de bens
materiais, que o sofrimento dessa doença vai mudar o
mundo e que ele espera que para melhor.
A conversa foi-se tornando filosófica e ele, sem saber
da nossa condição de espírita, nos disse ser evangélico
e que tem um amigo espírita. Todas as vezes que
conversavam e o amigo lhe mencionava a reencarnação, ele
negava, buscando argumentos para refutá-la, até um dia
em que, mais uma vez negando, ele teve um sonho tão
nítido, que teve certeza de que foi real. Ele sonhou que
era um piloto inglês, chamado Joe, que pilotava, na
primeira guerra mundial, um avião. Era da Cruz Vermelha
e havia salvado muitas vidas, até que o avião caiu,
espatifando-se no chão. Ele teve certeza de que ele era
o piloto inglês que morreu naquele episódio.
Na questão 402 de “O Livro dos Espíritos”, Kardec
comenta que os sonhos são o produto da emancipação da
alma, que se torna mais independente, pela suspensão da
vida ativa e de relação. Daí uma espécie de
clarividência indefinida, que se estende aos lugares
mais distantes e que jamais se viu e, algumas vezes,
mesmo a outros mundos. Daí também a lembrança que
retraça na memória os acontecimentos verificados na
existência presente ou nas existências anteriores.
O senhor que comentamos teve a sua visão completamente
modificada, no sonho em que se viu como Joe. Teve a
certeza da reencarnação que tanto negava. Isso mudou sua
vida. Começou, na condição de evangélico, assíduo leitor
da Bíblia, a lê-la com outros olhos e viu a reencarnação
nas páginas da Bíblia, a ponto de se perguntar como
tinha sido tão cego antes. Isso gerou nele uma angústia
frente à responsabilidade do saber.
Teve diante disso, um outro sonho interessante. Sonhou
que estava num campo verdejante sob a luz de um luar que
iluminava as páginas da Bíblia que lia, e ele entendia
tudo. Ficou temeroso. O saber que estava adquirindo era
grande demais. Então ouviu uma voz possante no sonho lhe
chamando a atenção, dizendo que milhares de pessoas no
planeta buscavam adquirir aquele conhecimento e eram
extremante agradecidas. E ele se recusaria a recebê-lo?
Essa inquirição o acordou. Despertou também. Continua na
sua religião, mas como uma fonte de água que dessedenta
o sedento de luz. Esclarece a quem pode e deseja ser
esclarecido. Já ajudou a muitos.
Quando temos a oportunidade de dialogar com pessoas que
se esclarecem, qualquer que seja o credo a que
pertençam, ou sem religião alguma, uma vez mais,
agradecidos somos pelo conhecimento do Espiritismo e
pela infinita misericórdia de Deus, que nos permitiu
viver nessa experiência reencarnatória esse
conhecimento.
Que nós, os espíritas, que dizemos que vemos, possamos
ver de fato, não sermos cegos às benditas oportunidades
de redenção que nos são dadas.
Que possamos melhorar o espírito que somos, nessa
encarnação dadivosa.
Agradeçamos a Deus e sigamos a Jesus e a Kardec.
Que o amor, o bem e o belo sejam a tônica de nossas
vidas.
Que o evangelho de Jesus brilhe em nós.
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